Bróduei de 'Malhação' trabalha com TI em Portugal: 'Sem retorno financeiro'
Fabiano Miranda interpretou Bróduei na primeira temporada de "Malhação" (1995), produção que agora é reprisada pelo canal Viva e pela Globoplay.
O ator, que hoje vive em Portugal, ainda é lembrado após 25 anos da exibição da obra. "Fiquei impressionado ao ser reconhecido aqui [em Portugal] porque até no Brasil as pessoas demoram um pouco para me reconhecer... Primeiro acham que estudaram comigo e só depois que se lembram do personagem", comenta em entrevista para a Quem.
"A 'Malhação' foi transmitida e reprisada aqui pelo Sic, que é como se fosse a TV Globo daqui. O sucesso foi tão grande que desenvolveram sua própria 'Malhação', 'Morangos com Açúcar'. Quem assiste fala que é totalmente inspirado em 'Malhação'", conta ele.
Fabiano, que antes da trama teen fez a novela "Sonho Meu" (1993), ressalta que ainda tem conexão com o personagem. "O Bróduei mudou a minha vida. Já até me emocionei revendo o primeiro episódio. Continuo amigo de muitos colegas de elenco. Mesmo distantes, sempre estamos juntos. Antes era pelo Orkut e hoje é pelo Instagram e WhatsApp. Temos um grupo de poucas pessoas para conversar. Em 2018, marcamos encontro e fizemos pizza na casa de um dos diretores de 'Malhação'. Foi muito legal".
Ele, que mudou de vida após encontrar um caminho mais estável no ramo de TI como desenvolvedor de sistemas, relembra que o interesse pela área começou ainda durante a produção do folhetim.
"Era viciado em jogos e comecei um curso por correspondência de programação de jogos ainda na época de 'Malhação'. Era um hobby. O tempo foi passando, com 16 anos acabou meu contrato com Malhação, me dediquei ao teatro e depois comecei a passar um momento delicado na minha vida. Com 18 anos, estava sofrendo com a realidade do ator de teatro. Fazia muitas peças, dava aulas, mas não tinha retorno financeiro. Se você não está na TV ou não é um ícone do teatro, não consegue fazer dinheiro com isso", revela.
Fabiano então começou a dar aula de informática após a mãe ter lhe apresentado para um empresário. "Fiz outros cursos e comecei a trabalhar em uma grande agência. Ainda não tinha abandonado a carreira e fazia umas participações na TV e teatro. Até que aceitei um desafio inovador e grandioso. O dono da empresa disse que se eu tivesse êxito no projeto, me tornaria sócio dele. Realizei o projeto e virei sócio".
Na mesma época surgiu a oportunidade de fazer um filme, mas ele teria que ficar dois meses filmando em Minas Gerais. "Não tinha mais condições de fazer isso. Tive que tomar uma decisão que era fazer o filme, sem saber quando ia arrumar outro trabalho como ator, ou virar sócio e ter uma carreira mais estável. Como já era pai, acabei escolhendo a estabilidade", conta o artista, que é pai de Kaio, de 14 anos, e Laura, 3 anos.
Mesmo com tantos desafios, ele se orgulha de sua jornada. "Faz um ano que estou morando em Portugal. Vim por conta do trabalho. Montei uma startup aqui. Logo quando cheguei, estourou a pandemia aqui. De março a maio, fiquei praticamente trancado em casa. No dia 18 de maio, quando flexibilizaram as coisas após os casos de covid começarem a cair, em um final de semana, comprei skate e prancha. Fiz tudo o que você pode imaginar... Corri, surfei, me matriculei em academia", diz.
Recém-separado, Fabiano diz sentir falta dos filhos, que por causa da pandemia não vê desde o começo do ano, já que as crianças ficaram no Rio de janeiro com a mãe.
"Desde fevereiro estou sem ver os meus pequenos. Só nos vemos por videochamada. Mas já estou planejando ir para o Brasil dezembro. Me dou superbem com a minha ex e até fiz uma proposta para ela vir morar aqui. Não quero ficar longe dos meus filhos e acho que Portugal oferece uma qualidade de vida melhor em termos de segurança e educação. Nem se compara com o Rio", reflete.
O ator almeja um dia poder conciliar suas duas carreiras: "Eu tenho muito carinho pelas duas profissões. Quero voltar a atuar, mas não com a ideia de me sustentar com essa profissão porque seria muito difícil. Talvez daqui uns cinco anos, eu consiga uma estabilidade que me permita ter tempo de me dedicar a arte sem a necessidade de ganhar dinheiro. É um sonho".
Fabiano, que filmou um filme independente no ano passado, comenta como foi voltar ao batente. "Filmamos por dois meses. O roteiro era muito divertido, mas a produção estava sem recurso. O diretor perguntou se eu topava e eu fiz. Me diverti muito. Desde 2010 não fazia nada na área. Agora está na fase de edição. Não vejo a hora de ver pronto", diz, animado.
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