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Alok rebate críticas a doação de R$ 27 mi: 'Abri mão do lucro para ajudar'

O DJ Alok - Divulgação
O DJ Alok Imagem: Divulgação

Felipe Pinheiro

Do UOL, em São Paulo

17/12/2020 17h13

Alok fez um investimento de R$ 27 milhões para a criação do instituto social que leva seu nome. Em coletiva de divulgação da live de final de ano com uma homenagem a Roberto Carlos, que acontecerá no sábado (19), o DJ rebateu as críticas de que teria feito a doação para conseguir vantagens, como isenção de imposto de renda, além de outros comentários feitos nas redes sociais.

"Eu comecei a ver alguns comentários que falavam, muito bom, que cara legal, vai ter isenção de imposto, lavagem de dinheiro.. Pensei, caraca, qual dificuldade das pessoas entenderem que só abri mão do meu lucro para ajudar? Não quero fazer doações, mas investimentos sociais com inteligência", declarou.

Alok costuma falar publicamente sobre as causas sociais que abraça e disse que entende quem o critica.

Eu entendo essas pessoas porque eu também já fui assim. Oito anos atrás eu não acreditava em filantropia. Eu entendo e só espero que essas pessoas daqui a oito anos mudem essa percepção. Ainda bem que eu mudei. Imagina se eu fosse igual. Teria alguma coisa muito errada comigo.

Depressão e o sentido da vida

Alok já teve depressão em momentos diferentes de sua vida, sendo que a primeira vez ele tinha apenas nove anos de idade. Ele diz que sua busca por ajudar o próximo vem de uma motivação pessoal para entender o sentido da vida.

"Eu faço o que faço para eu não voltar parar naquele lugar de depressão, angústia e vazio existencial", afirma.

O momento de depressão mais difícil veio na fase adulta, aos 24 anos, mesmo com uma carreira próspera.

Eu questionava, o que acontece depois da morte? E não conseguia buscar respostas que me convencessem. Eu estava com 24 anos, dinheiro, popularidade. Tudo o que a gente acredita que é o sucesso. Foi o momento mais depressivo da minha vida. Eu entrei num buraco. Se esse era o sentido da vida, para mim a vida não tinha mais sentido nenhum.

Tudo começou a mudar após ele ter contato com livros espíritas de um médium chamado Andrei Moreira. Alok lembra que era ateu, mas hoje, embora não se defina como religioso, tem uma conexão forte com a espiritualidade.

"Ele acabou trazendo essa luz para mim e me salvou através das ações filantrópicas e a caridade. Eu me conectei com o divino", disse o DJ.

Alive: a live do Alok

Alok promete uma live grandiosa, chamada de Alive, para seu especial de final de ano, o primeiro da carreira do DJ de 29 anos. O evento, com transmissão pelo Multishow e YouTube, terá uma estrutura 4D interativa e de realidade aumentada em um galpão de São Paulo.

As inovações tecnológicas não terminam por aí. Será usado um potente laser que, segundo ele, poderá ser visto até do espaço.

"O laser é uma forma de materializar um sentimento dentro de nós de emanar um pouco de luz. É uma tecnologia que me ajuda bastante nas apresentações. Eu não sou cantor, não tenho uma banda...", afirma.

Apesar de todo aparato tecnológico, a mensagem de Alok para o público é simples: cura emocional.

"A música tem esse poder. Eu precisava conduzir isso. Sei que muitas pessoas não estão bem. Retomei a live com esse propósito", disse ele, que quase desistiu do projeto após sua mulher, Romana Novais, dar à luz de forma prematura por complicações da covid-19.