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Estilista diz que Marilyn Manson a ameaçou com uma arma durante ensaio

A estilista Love Bailey e o cantor Marilyn Manson: acusações de agressão - Reprodução/Instagram
A estilista Love Bailey e o cantor Marilyn Manson: acusações de agressão Imagem: Reprodução/Instagram

Colaboração para o UOL, em São Paulo

03/02/2021 07h48

Mais uma mulher acusa Marilyn Manson de agressão: dessa vez, trata-se da estilista e cineasta Love Bailey, que afirmou que o cantor chegou a apontar uma arma para a sua cabeça enquanto tentava ajudar uma atriz durante uma sessão de fotos, em 2001.

Ela aproveitou a comoção dos relatos da atriz Evan Rachel Wood, ex-namorada do polêmico cantor, para contar sua história nas redes sociais. "Não sou fã da cultura do cancelamento, mas quando alguém como @marilynmanson aponta uma arma para sua cabeça, é hora de falar", disse ela em uma das postagens sobre o assunto na última segunda (1º).

"É 2021 e temos que tirar o poder dessas pessoas horríveis, para que não façam mal a ninguém". relatou a artista, que é trans. Procurada pelo "Daily Beast", ela afirmou que vai procurar as autoridades para detalhar o ocorrido, mas que por enquanto pretende manter a identidade da atriz em segredo.

"Sinto que é uma questão urgente falar diretamente para a câmera e dar meu depoimento do que aconteceu na noite em que conheci Marilyn Manson", afirmou Love no vídeo, relembrando que era uma estilista de 20 anos quando recebeu o convite para participar do ensaio para a revista "LoveCat" — hoje conhecida como "Galore".

Então, ela e a atriz foram até a casa de Manson. Love lembrou que o estúdio de gravação do artista estava cheio de pôsteres com mulheres seminuas, enquanto na sala de estar, o chão estava repleto de desenhos que, segundo ela, pareciam estar agrupados em um canto na tentativa de abrir "algum portal demoníaco".

Em seguida, Love foi chamada ao quarto onde Manson e a atriz estavam. Segundo a estilista, eles haviam acabado de fazer sexo, e a tal atriz parecia estar dopada, cambaleante. Quando ela tentou alcançar a atriz para ajudá-la, o cantor a ameaçou com uma arma.

Uma grande Glock, uma Glock de metal, não uma arma de brinquedo. Ele colocou isso direto na minha testa e disse: 'Eu não gosto de bichas'. Então ele riu, em um tom agressivo.

"Me lembro de ter ficado chocada naquele momento", disse Love, visivelmente emocionada. "Há anos tenho sido silenciada para não dizer nada por causa da indústria, por causa da indústria da moda, por causa desses fotógrafos que vão colocar você na lista proibida por mencionar o nome deles", prosseguiu.

Outros testemunhos

Em seu vídeo no Instagram, Love ainda acrescentou o depoimento de duas outras pessoas que a acompanharam no dia em que foi ameaçada. Sua assistente de fotografia na ocasião confirmou a história, dizendo ter visto as "artes demoníacas" na sala de estar, além de lembrar que Manson não permitia assistentes no local.

Uma amiga de Love, por sua vez, contou que a estilista ligou para ela depois do incidente, recordando que Love estava "em choque" e sem acreditar no que tinha acabado de acontecer.

O relato da estilista se junta a outros cinco relatos feitos contra Manson nessa semana: a atriz de 'Westworld', Evan Rachel Wood; uma artista conhecida como Gabriella; a fotógrafa Ashley Walters; a modelo Sarah McNeilly; e a modelo Ashley Lindsay Morgan. Todas elas afirmaram que foram vítimas de agressão sexual e abuso físico e emocional.

Cantor nega as acusações

Pouco tempo depois, o artista se manifestou nas redes sociais para negar os relatos de Rachel Wood, quem namorou por três anos. Ele afirmou que as acusações trazem uma "distorção da realidade".

"Obviamente, minha vida e minha arte são há anos imãs para controvérsia, mas essas recentes declarações a meu respeito são distorções horríveis da realidade. Meus relacionamentos íntimos sempre foram completamente consensuais, com pessoas que pensavam como eu. Independente de como - e porque - outros estão escolhendo deturpar o passado agora, essa é a verdade", afirmou o cantor, atualmente com 52 anos.

A declaração parece não ter convencido o público e as autoridades norte-americanas: a senadora Susan Rubio, da Califórnia, escreveu uma carta para o Promotor-Geral dos EUA (Monty Wilkinson) e o diretor do FBI (Christopher Wray), pedindo a abertura de um inquérito oficial contra Manson.

Além disso, segundo o "The Hollywood Reporter", a agência de talentos CAA, uma das maiores de Hollywood, se afastou oficialmente de Manson. A empresa não ofereceu comentário sobre a decisão. Antes, a gravadora Loma Vista Records anunciou que ia parar de promover o último disco de Manson, e que não trabalharia com o cantor em projetos futuros.

Enquanto isso, as séries "Deuses Americanos" e "Creepshow" decidiram não exibir episódios ainda inéditos onde Manson fazia participação como ator.