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JN responde declaração de Gilmar Mendes: 'Registramos os fatos'

William Bonner, apresentador do "Jornal Nacional" - Reprodução/GloboPlay
William Bonner, apresentador do "Jornal Nacional" Imagem: Reprodução/GloboPlay

Colaboração para o UOL, em São Paulo

09/03/2021 21h48

William Bonner, apresentador do "Jornal Nacional", leu uma resposta para a declaração feita pelo ministro Gilmar Mendes durante a votação do STF (Supremo Tribunal Federal) que decidiu pela retomada do julgamento de suspeição do ex-juiz Sérgio Moro.

"Tudo isso não se realizaria sem um tipo de cumplicidade da imprensa, é bom que se diga isto. Este modelo de Estado Totalitário que se desenhou teve a complacência da mídia. Tudo tinha que ser noticiado dentro dessa perspectiva", afirmou Mendes.

A frase foi dita durante o voto do ministro, que foi a favor da suspeição do ex-juiz. Ele também fez críticas ao ex-ministro da Justiça e procuradores da Operação Lava Jato.

"Em relação ao jornalismo da Globo, é preciso dizer que aqui nós nos dedicamos a registrar os fatos, com as suas repercussões e seus desdobramentos, como estamos fazendo agora na cobertura do julgamento da suspeição do ex-juiz Sérgio Moro", afirmou Bonner na sequência, mesmo sem a emissora ser citada diretamente pelo ministro.

Na última quinta-feira (4), o "Jornal Nacional" também questionou o ritmo da vacinação contra a covid-19 no Brasil, fazendo comparações com dados apresentados pelos EUA.

Ironia com Bolsonaro

Hoje, Bonner também chamou a atenção do público ao adotar um tom irônico para falar sobre a carta enviada pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido) ao embaixador da China. Nela, o Brasil solicitou a compra de 30 milhões de doses da vacina BBIBP-CorV, produzida no país asiático pela Sinopharm.

O jornalista afirmou que o Brasil precisa de mais vacinas: "E está pedindo. Está pedindo para quem? Para a China!"

O tom de Bonner se deve ao histórico de críticas de membros do governo Bolsonaro à China. Durante a pandemia, o governo brasileiro se aliou ao discurso dos Estados Unidos de que o país asiático teria falhado em conter o vírus no início do surto — e, por muito tempo, rejeitou a vacina chinesa.