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Alexandre Garcia já defendeu fake news e ideias machistas e racistas; veja

Alexandre Garcia hoje é comentarista da CNN Brasil - Divulgação
Alexandre Garcia hoje é comentarista da CNN Brasil Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

07/05/2021 09h31

Um desentendimento entre Alexandre Garcia e Rafael Colombo durante a transmissão do "Novo Dia", da CNN Brasil, deu o que falar nos últimos dias — mas essa não é a primeira vez que o jornalista de 80 anos se envolve em polêmicas.

Desta vez, Garcia disse ironicamente que "não estava sendo entrevistado" ao ser contrariado por Colombo quando defendeu que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tinha "todo o direito" de lançar um decreto proibindo governadores e prefeitos de decretarem restrições para o controle de coronavírus.

Para Garcia, a edição de decretos por presidentes "está na Constituição". Mas Colombo respondeu: "E a proteção à vida [que é o objetivo dos governadores]? Também não está na Constituição?".

Garcia ficou mudo por um longo tempo antes de responder a Colombo que não estava sendo entrevistado. Quando o âncora disse que o quadro voltava no dia seguinte, Garcia retrucou que "não sabia" se retornaria.

Jane Fonda

Em março de 2017, a atriz norte-americana se abriu sobre sua experiência com estupro na infância, mas Garcia não parece ter se comovido com a história, postando no Twitter: "E eu com isso?".

Após muitas críticas, ele tentou justificar sua reação: "Uma brasileira é estuprada a cada 11 minutos e não reagimos nem nos escandalizamos, mas nos preocupamos com a americana".

Feminicídio

Um mês antes, em fevereiro, Garcia se revoltou com o uso da palavra feminicídio para caracterizar o assassinato de mulheres especificamente por questões de gênero — ou seja, quando a vítima é morta por ser mulher.

Distorcendo o uso da palavra, conectado a estruturas de poder machistas da sociedade, Garcia ainda questionou se "assassinato de homem vulnerável seria androcídio".

Assédio

Também na pauta do feminismo, Garcia foi criticado ao comentar uma postagem da Polícia Militar do Rio de Janeiro sobre assédio no Carnaval, dando a entender que a distribuição de camisinhas nos eventos incentivava o assédio sexual.

Muitos seguidores apontaram o óbvio ao jornalista: as camisinhas são preservativos para serem usados em relações sexuais consensuais.

Aquecimento global

Ainda no Twitter, e ainda em 2017, Garcia ironizou os esforços da comunidade internacional para retardar ou reverter os efeitos do aquecimento global, sugerindo que ele na verdade era um fenômeno natural, provocado pelo Sol.

Na realidade, a evidência científica aponta esmagadoramente para a ação humana na Terra como a provocadora do aquecimento acelerado do clima. A mudança climática já está provocando uma série de catástrofes pelo mundo, e a situação só tende a piorar.

Cotas

Garcia já fez diversos comentários que mostraram a sua oposição ao sistema de cotas raciais e sociais, que procura dar maior oportunidade para brasileiros pretos e estudantes de ensino público entrarem na universidade.

Em 2015, no "Bom Dia Brasil", ele disse que "o Brasil não era racista até criarem as cotas"; no mesmo ano, questionou as cotas sociais no jornal, dizendo que a educação no Brasil era "por pistolão, empurrãozinho, ajuda".

Cloroquina

Durante a pandemia da covid-19 em 2020 e 2021, já atuando como comentarista da CNN Brasil, Garcia defendeu várias vezes o uso de medicamentos como a hidroxicloroquina, cuja eficácia não é comprovada para o tratamento da doença.

Em uma ocasião, citando um estudo descreditado realizado em agosto de 2020, o jornalista até teve seu comentário em vídeo disseminado pelo presidente Bolsonaro — o UOL Confere explica aqui porque o estudo não é confiável.

A defesa do remédio também já foi ponto de conflito entre Garcia e Colombo. Em agosto do ano passado, ao ouvir o comentarista falar mais uma vez da cloroquina, o âncora respondeu que havia perdido amigos para a covid-19.

"Eles morreram à toa? Porque fica parecendo que com R$ 20 na farmácia eles estariam aqui vivos!", disse Colombo.