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Samantha Schmütz dispara contra 'isentões': 'Quem tem voz, tem que falar'

Samantha Schmütz é convidada do "Saia Justa" - Vídeo/Reprodução
Samantha Schmütz é convidada do "Saia Justa" Imagem: Vídeo/Reprodução

Colaboração para o UOL

16/06/2021 23h08Atualizada em 17/06/2021 00h26

Samantha Schmütz disparou contra os artistas e influencers que no atual momento do país, não se posicionam sobre os acontecimentos relacionados a pandemia e a crise política e sanitária.

"Quem tem voz, tem que falar. Pra que você tem voz? A gente tem que silenciar quem não quer falar. Eu não parei de seguir muitas pessoas que eu até gostaria, mas eu não vou dar like, não vou curtir, não vou dar engajamento pra quem não tô vendo se preocupar com o país. Eu fico indignada com quem tem voz e não fala", desabafou a atriz durante o "Saia Justa" de hoje.

"Nesse momento, não é uma coisa de escolher partido ou candidato. É ficar do lado da vida dos brasileiros. Pra que que a gente conquistou tanta voz? Pra que a gente tem milhões de seguidores? É só pra vender produto? É só pra isso? Não, gente! Podem até não concordar comigo, mas eu penso assim. Pra mim não adianta ter voz se eu não poder usar", completou a atriz.

Mônica Martelli acompanhou a fala de Schmütz e concordou com a comediante. "A gentevivendo um momento tão trágico, tão cruel, que quem não está se posicionando, está se posicionando. Quem não se posiciona de alguma forma, já é uma posição."

Samantha ainda comentou como o 'se posicionar' é algo que a acompanha desde sempre. "Eu sempre me posicionei porque desde o dia 1, falando da nossa área, é um governo que é contra a cultura. E aí se posiciona quem quer. Mas acho que agora, nessa situação de vida e morte, não é escolha."

Samantha também criticou diretamente o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido). "Essa coisa da morte do Paulo (Gustavo) e ele era um símbolo, uma alegria pro Brasil. Isso mexeu muito comigo e dois dias após o enterro de Paulo, eu vi o presidente imitando uma pessoa sem ar e eu fiquei, 'não, não é possível. É um desrespeito as familías sofrendo nos hospitais. Fiquei imaginando o Paulo cheio de tubos, de cabeça para baixo, de bruços, pra tentar respirar. As pessoas tão lutando pela vida e não da prá brincar com isso."

Em seguida, ela convidou todos a repensarem suas atitudes. "E o que a gente pode fazer pra ajudar? Vamos dar um tempinho da palhaçada, do tik tok, da dancinha, pode fazer tudo, mas o assunto tá muito serio. Eu passo por feeds em que as pessoas estão vivendo num mundo de Nárnia, um mundo que não é o meu, então até entendo elas não falarem, tão em outro país. Não é possível. Ostentar agora é cafona."

Gaby Amarantos concordou com as posições de Samantha. "Não dá pra ficar em cima de muro. É escolher um lado. Isso que a Samantha falou é muito precioso pra mim. Por que que a gente continua dando like, dando visibilidade, view, voz pras pessoas que tão fingindo que não tá acontecendo nada?"

"Samantha, é muito incrível o que você tá fazendo. Eu te agradeço muito. Eu tô cansada de ver gente apática não fazendo nada", completou a cantora.

As saias comentaram o "voto em branco", um assunto que entrou em pauta nas redes sociais após Luciano Huck declarar, no "Conversa com Bial" de ontem, que votou em branco em 2018. "Votar em branco, a gente escolhendo um lado. A gente precisa parar com isso, de fingir que nada acontecendo", comentou Gaby Amarantos.

Samantha concordou e complementou: "Eu acho muito louco isso de lutar pelo direito de ser isento. Sabe, eu vou lançar uma hahstag, hashtag #LulaLivre. Pelo direito de ser insento. Gente, como ser isento agora?"

Maternidade

O programa falou sobre maternidade e o papel da mulher. Samantha comentou sobre a necessidade de se respeitar a escolha da mulher de ser ou não mãe e sobre o "peso" que as mulheres carregam quanto a isso.

"Não sinto (o peso). Minha família não me cobra. Eu lembro que tem essa cobrança desde nova com 'ah, cadê o namoradinho', mas essa do filho eu não tenho. É mais curiosidade. Essa coragem eu não tenho. Eu acho que tem que ter muita coragem pra ser mãe. Deve ser bem difícil ficar grávida. Enjoa, dói, passa mal, é muito incerteza. Eu sou muito preocupada, eu ia ficar atrás da criança e não ia deixar ela fazer nada."

"Eu tenho vontade, mas a vontade é menor que a coragem", confessou Schmütz, respondendo ainda o que acredita que falta para que esse "tabu" em torno da maternidade seja quebrado. "Falta entender o direito da escolha de cada um e achar isso normal. É um direito, é uma escolha minha, eu sou super livre, gosto de ter minha liberdade."

Críticas ao governo e voto em branco

Durante o programa, as apresentadoras e Schmütz teceram diversas críticas ao governo. "A gota d'água de cada um existe. Na hora que eu vejo que as pessoas estão comprando farelo de arroz pra comer, que a conta de luz vai aumentar 20%. Existe a gota d'água de um e eu não tô entendendo porque a gente não tá ouvindo esse barulho da altura que ele deveria fazer", desabafou Astrid Fontenelle.

"Isso aqui que a gente tá fazendo agora é um momento político. A política está nas nossas vidas o tempo inteiro", acrescentou Mônica Martelli.

Astrid também disparou contra o governo: em outro momento. "Uma ministra de um estado ir pra porta de um hospital lá no Nordeste pra impedir um aborto de uma menina, de uma criança. Ela estava indignada. Mas cadê ela que não está indignada agora com 500 mil pessoas morrendo?".

"O triste é isso tocar essa mulher. O triste é essa mulher se movimentar pra tentar legislar em cima do corpo de uma criança que foi estuprada. O triste é essa mulher não ser tocada por essa quantidade de mortes que tem no Brasil, por um presidente que fala que é uma gripezinha", completou Martelli.

Censura e 'mutirões

Schmütz comentou a respeito sobre o episódio em que sua conta do instagram foi censurada. Astrid Fontenelle a questionou do assunto, lembrando que, para que uma conta da rede social seja derrubada, é preciso um alto número de denúncias;

"É uma comoção pra votar em reality show. É uma comoção pra arrancar a Karol Conká... independente se ela errou ou não. Então assim, como que não usa essa voz? Eu vi muita gente que tem muita voz o tempo inteiro no BBB votando, votando. E agora, com uma situação super grave, no nosso reality show de horrores, ninguém faz mutirão pra tirar ou botar ou pedir vacina?", disparou Samantha.

Desejo de mudanças

Samantha falou ainda sobre o desejo de mudar o país. "Eu tô com sangue nas veias. As pessoas, 'ah, ta cheia de ódio'. Não, eu tô cheia de amor. Tô cheia de amor pelo meu amigo, pelo lugar que eu vivo. Eu poderia me mudar daqui, eu não precisava aqui, correndo riscos, até físicos. O sangue no olho é pela vontade de melhorar as coisas. Não quero apontar dedo pra ninguém."

O "Saia Justa" vai ao ar toda quarta-feira, às 22h30min, no GNT.