'Salve-se Quem Puder' terá primeiro beijo de homem trans e mulher cis da TV
Renatinha (Juliana Alves) tem passado por uma verdadeira transformação em "Salve-se Quem Puder" (TV Globo). Depois de muita insistência, ela parou de correr atrás do ex-namorado Rafael (Bruno Ferrari) e passou a ter uma "amizade colorida" com o estagiário Catatau (Bernardo de Assis).
Em entrevista ao jornal "Extra", o ator contou que em breve deve ir ao ar o primeiro beijo entre um homem trans e uma mulher cisgênero da TV aberta. O capítulo com a cena está previsto para 14 de julho.
"Eu e Juliana conversamos sobre a importância de os nossos personagens, uma mulher negra e um homem trans, ficarem juntos. É um casal emblemático. Quando Renatinha assume Catatau para o mundo, não está falando só 'eu estou com ele', mas também 'não importa o que pensem, nós vamos exercer a nossa afetividade'", disse Bernardo.
Estou ansioso para assistir ao final dos dois. É revolucionário, ainda mais numa novela das sete. Já fiz cenas parecidas em outros trabalhos, mas nenhuma com essa importância. declarou o ator em entrevista ao jornal Extra.
"Os telespectadores vêm acompanhando a trajetória de Renatinha, preconceituosa e arrogante. Amada por Catatau, ela se redime. Assim como esse amor transforma a personagem de caráter duvidoso, outras pessoas podem passar pelo mesmo", aposta o ator de 26 anos, que iniciou sua transição de gênero há cinco.
Bernardo conta que não teve referências de pessoas trans durante sua infância e adolescência. Ele se sentia incomodado com o corpo, mas não sabia o que era a transexualidade.
"A sociedade me enxergava como lésbica, mas, quando uma namorada me olhava como mulher, eu negava ser uma. Era como se o meu quebra-cabeça estivesse embaralhado. Aos 15, escutando as palestras e lendo os livros do João W. Nery (psicólogo e ativista LGBTQIAP+), percebi que o sofrimento dele era igual ao meu. E que havia um nome para tudo aquilo", lembrou o ator.
Distância da família
"Eu, infelizmente, faço parte da parcela de pessoas trans que perdem o seu vínculo familiar", conta Bernardo.
Nunca tive muito diálogo com meus pais. Minha mãe escolhia as minhas roupas, me forçava a ser o mais feminino possível, a manter o cabelo longo. Numa viagem, eu decidi cortá-lo e fiz uma foto. Ela me mandou uma mensagem dizendo que eu não precisava mais voltar. Meu pai de criação decidiu não se intrometer na decisão dela; com o biológico, nunca tive contato. Então, deixei tudo pra trás.
Ele foi acolhido por um casal de tios e também por amigos da comunidade LGBTQIA+. Há pouco, retomou o contato com a irmã:
"Ela também tinha seus preconceitos e dores, mas se abriu, ressignificou tudo. Agora, assiste a todos os capítulos da novela e torce por mim", comemorou.
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