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Edney Silvestre relembra horror e choro após cobertura do 11 de setembro

O jornalista Edney Silvestre em frente às torres gêmeas cinco anos antes do atentado de 11 de setembro - Reprodução / Instagram
O jornalista Edney Silvestre em frente às torres gêmeas cinco anos antes do atentado de 11 de setembro Imagem: Reprodução / Instagram

Renata Nogueira e Marina Marini

Do UOL, em São Paulo

11/09/2021 10h24

Há 20 anos, Edney Silvestre era um dos primeiros repórteres da televisão brasileira a chegar ao local do pior atentado da história dos Estados Unidos. Hoje, ele relembra a sensação de horror e o choro após a cobertura daquele 11 de setembro de 2001.

Em conversa com o UOL, o jornalista falou sobre sua reação ao ver as imagens dos aviões se chocando contra as torres gêmeas, em Nova York.

Ninguém esquece o horror, mesmo sem saber a extensão dele. O que eu tinha certeza é que nenhum voo era permitido sobre a ilha de Manhattan, nem de aviões pequenos de treino. Fiquei perplexo. Sabia que não podia ter sido um acidente. Mas... terrorismo? Era difícil de acreditar. disse

Desafios

Para Silvestre, entre os desafios — físicos e emocionais — da reportagem, o maior deles foi a certeza de que muitas vítimas estavam no local, "em uma escala como jamais poderia imaginar." Ao todo, 2.977 pessoas perderam suas vidas.

Naquele momento, porém, o repórter já tinha a certeza de que o ataque "iria alterar profundamente as noções de guerra e paz conhecidas até então."

"Creio que todos, naquele mesmo dia, tinham compreendido que o século XXI não seria um "Século de Paz e Progresso", como sonhavam muitos. Naquele 11 de setembro é que começou, verdadeiramente, o Século XXI. Nosso amargo e violento Século XXI", considerou.

E só depois de produzir todo o conteúdo que iria ao ar na TV Globo naquele dia que Edney Silvestre pôde refletir sobre o ocorrido e suas consequências. Então, já em casa, veio o choro.

Quando subi as escadas do metrô, lá pelo fim da noite, depois de todas as reportagens terem ido ao ar, saí na Sétima Avenida e, ao fundo, não havia mais a visão que tive naqueles dez anos morando ali: as torres tinham sumido. Só havia fumaça no lugar delas. Na calçada do Hospital Saint Vincent, à esquerda da saída do metrô, fileiras com dezenas de macas e equipes médicas aguardavam a chegada dos feridos. Mas não havia feridos. Fui para meu apartamento, sentei-me e, só então, chorei. finalizou

Hoje, os Estados Unidos relembram os 20 anos do atentado. Todas as vítimas terão seus nomes homenageados pelo presidente norte-americano, Joe Biden, em uma cerimônia solene no Marco Zero, onde estavam erguidas as torres do World Trade Center. Os ex-presidentes Barack Obama e Bill Clinton também participam do evento.