Grito de socorro e agressão: Assistente do Ratinho relata momento de terror
Assistente do Ratinho, Rhenata Schmidt relatou em depoimento à polícia os momentos de terror que viveu com o ex-namorado, o policial civil Erik Becker, que foi preso na manhã de ontem sob suspeita de praticar violência doméstica contra ela, sua ex-namorada. O investigador está no Presídio da Polícia Civil, no Carandiru, e foi indiciado pela Lei Maria da Penha.
O episódio teria ocorrido após a volta de uma viagem. O boletim de ocorrência foi registrado em 31 de agosto, três dias depois das supostas agressões físicas e verbais. Becker responde, ainda, a um processo administrativo, que pode resultar em sua demissão. À reportagem, a advogada de Rhenata, Elizangela Campos Bruner, disse não acreditar que Becker seja solto para responder ao processo em liberdade.
Segundo a assistente do SBT, o ex ficou alterado ao acusá-la de traição, além de xingá-la. O fato teria sido testemunhado por vizinhos.
Erik passou a ofendê-la com impropérios de 'vagabunda' e, em seguida, arremessou um dos celulares da declarante contra a parede o quebrando. (...) Esclarece que a Polícia Militar foi acionada por moradores do prédio, que escutaram o entrevero entre o casal e a declarante gritando por 'socorro' no momento em que ela saiu do apartamento.
Em seguida, do lado de fora do apartamento, Erik teria a agredido fisicamente, puxando-a pelos cabelos. Rhenata alegou que sentiu dores por dois dias após esta agressão. À polícia, ela disse que o ex trancou a porta e escondeu as chaves. Neste momento, então, a assistente diz que ele ameaçou matar o seu animal de estimação:
A declarante estava com bastante medo de Erik e gritava por socorro, momento este que ele pegou uma ave de estimação da declarante e ameaçou tirar a vida do animal caso ela insistisse em continuar gritando por ajuda.
Ex se trancou no banheiro
Na sequência, o policial teria começado a chorar e mostrou um vídeo íntimo, durante uma relação sexual, com uma ex-namorada enquanto dizia que ela o havia prejudicado. O policial ainda teria ameaçado tirar a própria vida, trancando-se no banheiro e ingerindo um medicamento supostamente para depressão.
A polícia militar teria chegado à residência e Rhenata afirma que relatou tudo o que havia ocorrido. A assistente teria dito às autoridades que o ex era policial civil e que por isso estava armado.
"Erik se aproximou da declarante e tentou diálogo, mas a declarante se negou a conversar e disse para ele retirar os seus pertences do apartamento", afirmou ela o depoimento.
Documentos e objetos pessoais levados
Ela ainda diz que, após o ex deixar o apartamento, notou que itens pessoais dela teriam sido levados, como todos os documentos — incluindo passaporte —, dois aparelhos celulares, fone de ouvido no valor de R$ 1.500, casacos e botas de luxo, filmadora GoPro, máquina de cartão de crédito e estoque de bonés avaliado em R$ 8 mil.
Depois deste episódio, a assistente solicitou medidas protetivas e não retornou mais ao apartamento.
Outro lado
Até o momento, o policial Erik Becker não foi localizado pela reportagem para comentar as acusações de Rhenata Schmidt. Entretanto, em sua página do YouTube, Becker deixou uma mensagem antes de ser preso:
Tenho provas comigo. A verdade vai aparecer, tenho certeza e estou completamente à disposição da Justiça para que tudo se resolva. Obrigado a todos pelo carinho e pelas mensagens de apoio.
Como denunciar violência
Caso a vítima tenha sofrido violência sem ferimentos graves ela pode recorrer imediatamente a Delegacia da Mulher, se existir essa unidade em seu município, ou a delegacia de Polícia Civil, para registrar o boletim de ocorrência.
Quando houver ferimentos graves, com necessidade de pronto atendimento, a unidade de saúde ou hospital deverá fazer o encaminhamento ou orientar a paciente para que procure a delegacia de polícia. Na maioria dos casos com internamento, o próprio hospital confirma a violência e avisa a Polícia Civil.
Deve ser acionado em caso de flagrante ou em que a situação de violência esteja ocorrendo naquele momento.
Pode ser usado para denunciar anonimamente a violência. As informações serão conferidas pela polícia.
A Central de Atendimento à Mulher funciona 24 horas. A ligação é gratuita, anônima e disponível em todo o país.
Ministério Público
Acesse o site do Ministério Público do seu estado e saiba qual a melhor forma de fazer a denúncia. Alguns estados possuem, inclusive, núcleos de gênero especializados em atender mulheres vítimas de violência.
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