Miriam Leitão comenta discurso ao vivo: 'Bolsonaro escolheu a irrelevância'
A jornalista Miriam Leitão criticou o presidente Jair Bolsonaro e a postura da delegação brasileira em Nova York para a abertura da Assembleia-Geral da ONU. Como manda a tradição, o Brasil vai iniciar a reunião com um discurso do presidente.
No "Bom Dia Brasil", a comentarista política e econômica foi questionada por Ana Paula Araújo sobre as expectativas sobre o discurso de Bolsonaro. Elas são baixas, segundo a jornalista.
[O que esperar do discurso é] Não muito. Que ele não seja tão ruim quanto o primeiro discurso, o segundo já foi um pouquinho mais suave. A viagem a Nova York já deu motivo suficiente para a gente ter vergonha. O país foi colocado na calçada, o presidente não pode entrar num restaurante. O Brasil sempre teve essa vitrine, o primeiro discurso na ONU é tradicional. O Brasil fez parte daquele grupo que fundou a ONU e tem esse privilégio, sempre usado pelos governantes como momento de falar com o mundo com a nossa diplomacia da moderação. Mas o presidente Bolsonaro desde o primeiro discurso, fez um discurso horroroso, o segundo já foi um pouquinho melhor e esse não tem grandes expectativas. Miriam Leitão
Miriam se referiu a foto de Bolsonaro comendo em uma calçada de um restaurante.
O estabelecimento exige a vacinação dos clientes para autorizar a entrada, mas presidente da república que têm um sistema único de saúde gratuito não se vacinou, mantendo sua postura de propagação do ceticismo à ciência e às vacinas — mesmo elas sendo aprovadas tecnicamente pela Anvisa, como elogiou o primeiro-ministro britânico Boris Johnson.
Ontem, o ministro da Saúde do Brasil Marcelo Queiroga mostrou o dedo do meio aos manifestantes que protestavam em Nova York.
Miriam Leitão lamentou a perda de protagonismo do Brasil no cenário internacional, principalmente pela sua biodiversidade e biomas em meio à crise climática.
O pior é a oportunidade perdida: o Brasil perde a chance de nessa vitrine de passar o recado tradicional da sua diplomacia e principalmente nesse momento em que a voz do Brasil poderia ser muito mais ouvida, de mudanças climáticas, somos uma potência ambiental. Esse era o momento de falar e falar direito. Mas o governo Bolsonaro escolheu a irrelevância, foi isso que ele escolheu nos colocar. Miriam Leitão
Antes de voltar a palavra para Ana Paula Araújo, Miriam disse que o Brasil poderia retornar ao papel importante nas relações internacionais. Sem citar se seria via as eleições e um novo presidente, a jornalista teve o apoio de Chico Pinheiro.
Da bancada, o âncora desejou que "assim seja".
Não vai ser para sempre, a gente pode voltar a ter influência no mundo. Miriam Leitão
A jornalista já foi alvo de ataques de Bolsonaro em 2017, ainda como possível candidato nas eleições de 2018, e já na presidência, quando questionou se Miriam havia mesmo sofrido tortura durante o regime de Ditadura Militar entre 1964 até 1985 — Bolsonaro tem como Carlos Alberto Brilhante Ustra, militar símbolo da repressão, um "herói nacional".
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