'Você não é de Deus', ouviu atriz da Globo durante ataque transfóbico
Colaboração para o UOL, em São Paulo
24/09/2021 12h45Atualizada em 24/09/2021 15h13
Marcella Maia relatou a agressão sofrida após denunciar ter sido vítima de transfobia. Em comunicado da Rede Globo, ela contou que foi agredida, enforcada e ameaçada de morte em uma festa em Caraíva, Porto Seguro (BA).
A atriz afirmou que se sentiu intimidada por olhares de homens presentes no local. Sentindo-se insegura, decidiu ir embora. No caminho, foi abordada por um homem que começou a agredi-la, jogou sua cabeça contra o chão, puxou seu cabelo, agarrou seus seios como se quisesse arrancá-los e chegou a enforcá-la enquanto gritava: "Você não é de Deus!".
Ontem, ela mostrou os mostrou os hematomas no pescoço, ombro e seio.
Ataque teria sido motivado por outro modelo
Ainda segundo o comunicado, ela conseguiu se desvencilhar e correu a uma festa próxima, onde encontrou o modelo internacional Tauá Biral Moreira, morador da região. Neste momento, ele teria a ameaçado de morte. Marcella acredita ainda que Tauá teria incitado o ódio dos moradores locais contra ela.
O UOL entrou em contato com o modelo e ainda não obteve retorno. A nota será atualizada assim que houver algum pronunciamento.
A atriz registrou Boletim de Ocorrência na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher em Porto Seguro (BA) e o caso está sendo encaminhado pelos advogados.
No início desta tarde, ela compareceu ao Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto, no Rio de Janeiro, para realizar o corpo de delito e iniciou uma transmissão ao vivo aos prantos.
"É um absurdo, é absurdo o que eu tô passando. Gente, eu vou ter que desligar, mas alguém me ajude, por favor", pede Marcella. Ao fundo, um funcionário parece informar que ela não poderá fazer o exame.
A atriz de 30 anos estará no elenco de "Quanto Mais Vida Melhor", próxima novela das 19h da Globo.
Denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 180 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — a Central de Atendimento à Mulher, que funciona em todo o país e no exterior, 24 horas por dia. A ligação é gratuita. O serviço recebe denúncias, dá orientação de especialistas e faz encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico. O contato também pode ser feito pelo WhatsApp no número (61) 99656-5008.
A denúncia também pode ser feita pelo Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e a página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.
Caso esteja se sentindo em risco, a vítima pode solicitar uma medida protetiva de urgência.