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Diego Montez vive o pai, Wagner Montes, em peça e diz sentir sua presença

Diego Montez como seu pai, Wagner Montes, no musical "Silvio Santos Vem Aí" - Divulgação/Adriano Doria
Diego Montez como seu pai, Wagner Montes, no musical 'Silvio Santos Vem Aí' Imagem: Divulgação/Adriano Doria

Guilherme Machado

Do UOL, em São Paulo

12/03/2020 12h01

Wagner Montes voltará a ser um dos jurados de Silvio Santos a partir de sexta-feira. No musical "Silvio Santos Vem Aí", que estreia no teatro Rooftop 033, na zona sul de São Paulo, o famoso apresentador, que morreu no ano passado, será vivido por seu filho, Diego Montez, em um espetáculo que faz homenagem à carreira do dono do SBT.

"É muito bacana revisitar materiais de uma época em que eu não era nascido e descobrir coisas novas. Descobri que meu pai cantava mais de uma música, na minha cabeça ele tinha um LP. Me peguei, em um certo momento, me divertindo assistindo aos vídeos. É um material muito rico para você construir uma dramaturgia", declara o ator ao UOL.

Diego é fruto do relacionamento entre Wagner Montes e a atriz Sônia Lima, que também foi jurada de Silvio Santos. Na peça, dirigida por Fernanda Chamma e Marília Toledo, Sônia será interpretada por Giselle Lima.

A história de "Silvio Santos Vem Aí" se volta para um período específico da vida do "patrão". O dramaturgo Emílo Boechat, que assina o texto, focou a história para o período em que Silvio ficou fora do ar durante quatro semanas. O espetáculo envolve os delírios que Silvio teria tido enquanto anestesiado para a cirurgia. A ideia é que o público interaja com a peça como se fosse um auditório real do "Programa Silvio Santos".

Diego, que inclusive canta no musical, não teve dificuldade em interpretar o pai, apesar de sua morte ainda ser recente.

"Eu tenho um lugar de luz muito grande com relação ao meu pai. Quando ele se foi, a gente entendeu que ele não gostaria que tivesse muito tempo de dor, ele sempre foi uma pessoa muito solar e faleceu muito solar. Para mim é muito gostoso, todas as lembranças que tenho, de ver vídeos e lembrar como ele agia, me faz rir. Não tem como ser algo difícil. É muito gostoso de ver como é fácil de encontrar meu pai em mim", afirma ele.

Atores recriam mesa de jurados de Silvio Santos em musical - Divulgação/Adriano Prado - Divulgação/Adriano Prado
Atores recriam mesa de jurados de Silvio Santos em musical
Imagem: Divulgação/Adriano Prado
O ator também diz que não acreditava na história de que é possível sentir a presença de familiares que já faleceram. Com a morte de seu pai, ele mudou de opinião, e hoje diz sentir que Wagner o protege no dia a dia.

"Sempre achei que isso era uma furada. Cara, [sentir a presença] é real! Não quero que ninguém perca seus pais, mas saiba que quando acontecer, isso é muito real. Aqui [no espetáculo] estou tão imerso no meu pai que não é nem isso. Mas acho que na vida mesmo, sinto ele me protegendo de um lugar muito lindo".

Estreia na Globo

Beijo entre Pedro (Rafael Infante) e William (Diego Montez) em "Bom Sucesso" - Reprodução/TV Globo - Reprodução/TV Globo
Personagens de Rafael Infante e Diego Montez se beijam em 'Bom Sucesso'
Imagem: Reprodução/TV Globo

Diego deixou recentemente seu primeiro trabalho na Globo: a novela "Bom Sucesso", onde interpretou William. O personagem, com seu estilo debochado e divertido, fez tanto sucesso que os autores desistiram de matá-lo. Não só isso, mas o ator ainda formou um casal de sucesso com o personagem Pablo, interpretado por Rafael Infante.

"A partir do momento que você entra na Globo você abre a porta para uma galera que não conhecia seu trabalho e agora vai conhecer, porque atinge mais pessoas. Eu tinha um público infantojuvenil muito grande por conta dos meus trabalhos no SBT, pelo 'Rebelde'. Ter oportunidade de entrar em um produto classudo como esse é muito bacana", comemora ele.

O ator também celebra a forma como a homossexualidade foi tratada dentro da novela. Para ele, o maior mérito da trama foi que seu personagem não levantou bandeiras.

"O mais legal é que ele não falou [sobre a causa LGBT]. Ele reverberou muito justamente pela falta de foco que teve. Ele simplesmente era um personagem, que por acaso, era LGBT. É o momento para a gente fazer isso, parar de falar sobre a sexualidade no sentindo de ser uma coisa que precisa ser abordada: é um casal normal, é amor normal".