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Catia Fonseca promete programa para a “família”, mas entrega mix de sempre

Mauricio Stycer

01/03/2018 16h00


Com exceção do cenário, maior, mais bonito e moderno, "Melhor da Tarde" lembrou muito "Mulheres", programa que Catia Fonseca apresentou por 15 anos na Gazeta. A promessa de uma atração para "toda família", como a apresentadora havia anunciado, não se concretizou nesta quinta-feira (01), na estreia na Band.

Com o mix de sempre – receitas, leitura de tarô e fofocas requentadas – "Melhor da Tarde" se escora no carisma da apresentadora e na estrutura da Band. Na estreia, com a presença da dupla Fernando & Sorocaba, o som falhou, mas são erros que acontecem. Quem sabe faz ao vivo, ensinou Faustão.

O programa se divide em dois. A primeira hora, a partir das 14h, é exclusivamente local, para o mercado paulista. A estreia foi cansativa – um tour pelas instalações da Band recheado por ações comerciais feitas nos corredores da emissora. A segunda hora, a partir das 15h, alcança o mercado nacional. É aí que apareceram o espiritualista, o colunista de celebridades e o chef de cozinha.

Do ponto de vista comercial, algo muito importante para a emissora, a estreia pareceu um sucesso – "Melhor da Tarde" tem patrocinador e começou recheado de ações publicitárias ao vivo.

É injusto julgar qualquer programa de televisão pela sua estreia. Uma atração como "Melhor da Tarde" é um projeto para alguns anos e, claro, vai encontrar seu formato ideal com o tempo. Mas não posso deixar de registrar que a expectativa criada, de algo novo, não se realizou.

A estreia de Catia também foi bem recebida pela audiência. Segundo dados preliminares do Ibope, a atração alcançou 2,5 pontos – um aumento de 79% em relação à média da Band dos dois últimos meses. Cada ponto equivale a 71.855 domicílios na Grande São Paulo.

Em tempo: Catia trocou a Gazeta, onde estava havia 15 anos, pela Band em um episódio rumoroso. Por volta das 12h do dia 12 de dezembro do ano passado, o colunista Flavio Ricco informou que a apresentadora havia chegado a um acordo com a Band. Poucas horas depois, ao vivo, no "Mulheres", Catia desmentiu a notícia. Assim que terminou o programa, ela conta que recebeu uma proposta da Band. Ela, então, dirigiu-se ao Morumbi, ouviu o que tinham a oferecer para ela, aceitou e assinou um contrato por dois anos.

Especialistas em recursos humanos consideram esta forma de contratação um "case" extraordinário, digno de estudos em faculdades de administração.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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