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Catia é a 4ª participante de reality show expulsa por agressão este ano

Mauricio Stycer

07/11/2018 04h46


Qualquer retrospectiva sobre os acontecimentos mais marcantes da televisão brasileira em 2018 terá que registrar um fato inusitado: quatro pessoas foram expulsas de diferentes realities shows por agressão neste ano conturbado.

O primeiro caso ocorreu em março, no "Are You The One? Brasil", da MTV. Após ter bebido, e se irritado com as fofocas que ouvia dentro da casa, o modelo Lucas Viana se exaltou e partiu para cima de Jonas Paiva. Foi a primeira expulsão por agressão na história do programa. "Hoje tenho mais fãs do que antes", festejou Lucas algumas semanas depois.

Em maio, foi a vez de Diego Grossi ser eliminado do "Power Couple", após ameaçar agredir Anderson Felício dentro de uma van, após uma noitada num bar. Como o reality da Record é uma disputa entre casais, Franciele Almeida saiu junto com o marido, mas foi compensada, meses depois, com o convite para participar do "Dancing Brasil", na mesma emissora.

Em novembro, o drástico facão da expulsão atingiu primeiro Nadja Pessoa, uma das mais fortes participantes da "Fazenda 10". Favorita a conquistar o prêmio principal, a mulher do cantor D´Black perdeu a linha após beber demais numa festa e mordeu a bochecha do ex-lutador Felipe Sertanejo. Um dia depois, viu os acontecimentos da noitada serem lembrados em tom de fofoca ao vivo na Record e ficou muito abalada. Provocada por Caíque Aguiar, acabou agredindo o ator e foi expulsa.

No penúltimo dia do mês foi a vez de Catia Paganote ser expulsa. Na reta final do reality, ela iria enfrentar Evandro Santo na roça, mas agrediu o ex-integrante do "Pânico" com um tapão durante uma brincadeira na piscina da "Fazenda". As imagens, muito claras, não deixaram dúvida sobre a decisão. Cruel, a Record manteve suspense por cerca de 36 horas até anunciar que a ex-paquita estava fora do programa.

Mesmo os maiores fãs de Nadja reconhecem que houve a agressão. E os de Catia devem ter percebido a enorme semelhança entre o que ela fez e o tapa dado por Duda Yankovich na cabeça de Thiago Gagliasso, dentro da piscina, na "Fazenda 4", em 2011 – que resultou na primeira expulsão por agressão em um reality show no Brasil. As situações foram quase idênticas.

Em dezembro de 2012, num caso assustador, o modelo Lucas Barreto foi expulso da "Fazenda de Verão" após ameaçar o rival Haysam com um machado. A agressão não se consumou, felizmente, mas a direção do reality entendeu que a ameaça a integridade física do colega configurou "comportamento incompatível com o funcionamento do programa."


Ainda que a "Fazenda" tenha a primazia da exibição da primeira expulsão por agressão, cabe ao "BBB" o título de maior número de expulsões, até hoje. Já foram três. A primeira atingiu Daniel Echaniz, acusado de "grave comportamento inadequado" no "BBB12", em uma noitada com Monique, em janeiro de 2012. Em março de 2016, foi a vez de Ana Paula Renault, uma das favoritas ao prêmio, ser expulsa após dar um tapa no rosto do rival Renan após muita bebedeira numa festa. Por fim, em abril de 2017, o médico Marcos Harter foi expulso do "BBB17" após a polícia abrir um inquérito para investigar uma acusação de agressão que ele teria cometido contra Emilly Araujo, sua namorada no reality show.

De todas as expulsões já ocorridas em realities shows no Brasil a mais curiosa foi a que atingiu Luiz Guilherme, no programa "No Limite 4", exibido pela Globo em 2009. O candidato foi eliminado por esconder antialérgicos e anti-inflamatórios no tênis, uma violação de regra considerada gravíssima no programa de sobrevivência na selva.

Atualizado em 30 de novembro.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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