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HBO, Netflix e Amazon já negociam com Gagliasso, que quer mais desafios

Bruno Gagliasso - Reprodução/Instagram
Bruno Gagliasso Imagem: Reprodução/Instagram

Colunista do UOL

07/11/2019 15h29

Há cerca de um mês, o escritório que gerencia a carreira de Bruno Gagliasso vem tendo inúmeras reuniões com produtoras independentes e executivos do canal HBO e dos canais de streaming Netflix e Amazon. Nas conversas, os representantes do ator já adiantam que não vão assinar contratos longos com ninguém e que o ator não abre mão de uma única coisa: interpretar personagens desafiadores.

Os últimos trabalhos dele na TV Globo, independentemente da audiência, não acrescentaram muito à carreira dele. Para Bruno, se não houver uma entrega profunda ao personagem, perde-se o prazer pelo trabalho. Em uma novela, por exemplo, com o ritmo alucinante das gravações, raramente é possível o aprofundamento na composição do papel. Por isso, é possível afirmar que, muito provavelmente, Bruno jamais voltará a fazer uma novela. Na Globo, onde as portas ainda estão abertas para ele, Gagliasso só encontraria esta profundidade nos projetos especiais da casa.

O laboratório, a fase de preparação da personagem, é uma dos momentos da criação que mais atrai Bruno. Na época de 'Caminho das Índias', em 2009, ele viveu de perto a realidade de hospitais psiquiátricos para dar vida ao esquizofrênico Tarso. Já para viver o coronel Timóteo, de 'Cordel Encantado' (2011) e o serial killer Edu na minissérie 'Dupla Identidade' (2014), ele mergulhou fundo no mundo da Psicologia e da Psiquiatria para poder traçar melhor o perfil das personagens, chegando a ficar internado em um manicômio na produção mais recente.

Sem poder vivenciar esse processo, Bruno chegou à conclusão de que havia perdido o prazer que o motivava tanto. Por isso, decidiu mudar. Gagliasso está atrás daquela adrenalina que o fez parar o país à espera - mesmo que frustrada - do primeiro beijo gay da história da TV, quando viveu Júnior, na novela 'América', de 2005, em uma época em que as novelas ainda tratavam os homossexuais de maneira caricata. A repercussão foi tanta que, depois desta personagem de Bruno Gagliasso, as novelas passaram a agir diferente ao abordar o tema.

Blog do Leo Dias