'Não quero lucrar', diz MC que criou funk pra informar sobre coronavírus
Bastaram 16 minutos para MC Tchelinho, do grupo Heavy Baile, criar a música "Corona funk" e viralizar entre anônimos e famosos. Com a batida que domina e bota todo mundo pra rebolar no Rio, o cantor e ator pretende conscientizar a população mais pobre sobre as formas de evitar a proliferação e os perigos do Covid-19.
Morador da Cruzada São Sebastião, conjunto habitacional no Leblon, na zona sul do Rio, e pai de dois filhos, MC Tchelinho quer que seu funk chegue aos cantores brasileiros para que os fãs mais pobres tenham acesso a informação por meio do funk.
"Se o coronavírus chegou da China até aqui talvez minha música possa chegar até nos EUA. Mas quero mesmo que ela atinja os artistas daqui, como Kevin o Chris, Nego do Borel, Anitta e Ludmilla, que são referências. Assim, o funk vai atingir os fãs e as comunidades", diz o cantor que também é formado em artes dramáticas.
O funk do coronavírus contou com a produção do DJ Thai, que acrescentou o famoso "Corouna vairus" de Cardi B na música:
"Quem me dera a música chegasse na Cardi B, sou um grande fã. Mas com a Cardi B teria o glamour da fama, mas quero mesmo que chegue nos artistas brasileiros e assim na favela. A música é para informação e chegar nas pessoas que mais precisam", defende o artista.
Engajado e militante, MC Tchelinho reforça o tempo inteiro que quer ajudar a população mais pobre com informação. Em tempos de pandemia e sem poder fazer show, ele diz que nem pensa no dinheiro que pode deixar de ganhar por não fazer show.
"Não é meu pensamento lucrar com essa música, mas se eu ganhar algo prefiro que vá para quem está em tratamento de coronavírus, famílias ou hospitais. Essa música não foi criada pra ganhar dinheiro", afirma Tchelinho, que ainda acrescenta sobre o público alvo: "Eu sou bem autocrítico com trabalho, mas esse funk realmente ficou legal. É uma forma de conscientizar engraçada. Essa música fala com um bacana a até um morador de comunidade".
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