O empresário que transformou uma missão de fé num 'case' da música gospel
Há 15 anos surgia, em Belo Horizonte, simultaneamente à explosão da venda de CDs, uma gravadora especializada em um único tipo de música, a ONI Music, que trabalharia apenas com artistas gospel. Isso soava estranho para o mercado na época. As grandes gravadoras duvidavam que esse modelo daria certo, até porque pouco se sabia sobre esse público consumidor.
No entanto, o empresário do segmento de couro Nelson Tristão não via naquele modesto empreendimento um negócio, mas, sim, uma missão. Algo que dinheiro algum poderia explicar.
"O modelo de negócio da gravadora é o seguinte: entender cada artista cristão e desenvolver um trabalho customizado. Esse é o grande diferencial da gravadora, é um som que alimenta as pessoas", explica Tristão.
Desde 1980, fiel da Igreja Batista de Belo Horizonte, Tristão viu a capital mineira se tornar o epicentro da música cristã no Brasil, que começava a ganhar força e respeito, mas permanecia sendo ignorada pelas grandes gravadoras.
Mas, como em toda história, há um divisor de águas. E uma banda chamada Diante do Trono, de Ana Paula Valadão, transformou para sempre o mercado de música voltada para a palavra de Deus. Não mais que de repente o país começou a perceber a força do povo cristão. O álbum do grupo que tinha previsão de venda de 10 mil cópias atingiu impressionantes 1 milhão.
Nesse momento, as gravadoras perceberam que ignoravam um público relevante e, principalmente, fiel.
Chega 2010, e o IBGE transforma em números o que as ruas já deixavam claro: o Brasil possuía uma população de 25% de evangélicos. Um quarto do Brasil que não podia ser ignorado. Imediatamente, Universal Music, Warner Music, Sony e Som Livre lançaram selos especializados em música cristã. Todos correndo contra o tempo.
E Nelson Tristão? O país, finalmente, percebia o pioneirismo e a visão do mineiro.
Em conversa com a Coluna Leo Dias, Tristão minimiza seu valor e sua importância na história da música gospel, mas admite que desde o segundo mês já se sustentava. A ONI Music já dava lucro.
Hoje, a empresa é uma potência no país, com 85 artistas. E entre as 20 músicas cristãs mais tocadas no Brasil, em média entre sete e dez são da ONI Music.
Tristão sabe o valor de ter chegado na frente de todos, mas nunca esquece o seu propósito inicial: "Continuo com a minha missão de levar a palavra Dele. Esse será sempre o objetivo", diz.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.