Erros, pisadas na bola, más ideias e decepções: os piores da TV em 2019
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Fim de ano, como sempre, é tempo de balanços e listas. A coluna inaugura a série com estes onze momentos que a gente preferia não ter visto na TV em 2019. Esta seleção de piores do ano inclui pisadas na bola, decepções, erros e más ideias. Como de costume, esta é uma lista muito pessoal. Fique à vontade para discordar e apresentar os seus votos nos comentários. Nos próximos dias publicarei uma lista com os melhores do ano.

Tá Brincando - Fora do "Vídeo Show" e sem paciência para fazer novelas, Otaviano Costa conseguiu ser escalado para apresentar um programa em 2019. "Tá Brincando" estreou em janeiro e terminou em março, infelizmente, sem dizer a que veio. Basicamente, um game show destinado a valorizar pessoas com mais de 60 anos, o que mais mobilizou o interesse a respeito da atração foi a escolha do próprio Otaviano para comandá-lo. Insatisfeito com a decisão de não renovar a atração para 2020, o artista deixou a Globo.

Aprendiz - Com a promessa de ser "a maior ligação entre o mundo dos negócios, da TV aberta e o mundo digital e das redes sociais", a versão do "Aprendiz" com influenciadores digitais nem risadas provocou e acabou como um dos fracassos do ano. Dono da marca, o publicitário Roberto Justus levou o programa para a Band, após ser dispensado pela Record, mas a atração não conseguiu passar de 1 ponto no Ibope.

Gordofobia - "Fui informada pela diretora de jornalismo que a emissora optou pelo meu desligamento por eu não ter atingido o objetivo, que era emagrecer", revelou a jornalista Michelle Sampaio. "Meu talento não tem relação com meu peso", disse ela ao se desligar da TV Vanguarda, em São José dos Campos, onde atuou como repórter e apresentadora por mais de 16 anos. A Globo negou. "Tal conduta é incompatível com a política de respeito absoluto a seus profissionais adotada pela TV Globo e pela TV Vanguarda", disse em nota. Após a divulgação desta nota, outra jornalista relatou ter enfrentado o mesmo problema no canal.

Novos Cigano Igor - Em 2017, por sua atuação em "A Força do Querer", Fiuk conseguiu roubar de Ricardo Macchi, o Cigano Igor de "Explode Coração" (1995), o estigma de mau ator em novelas. Se ainda havia alguma dúvida, em 2019 Débora Nascimento e Yana Lavigne superaram de vez a injusta fama de Macchi. A primeira como Gisela em "Verão 90" e a segunda no papel de Laura em "O Sétimo Guardião" exageraram nas caras e bocas e sofreram ao contracenar com atores mais experientes do que elas.

BBB19 - O mais querido e longevo reality show da televisão brasileira teve uma edição para esquecer em 2019. Tudo deu errado, a começar pelo elenco, formado, de um lado, por figuras com preocupações sociais, e de outro por pessoas sem engajamento com "causas". Em sua terceira jornada à frente do reality, Tiago Leifert errou muito, perdeu a linha com alguns participantes e cansou o público com o excesso de explicações. Foi a pior audiência da história, título que até então pertencia ao "BBB14".

Silvio Santos fora do tom - O principal apresentador e dono do SBT colecionou protestos em 2019. Não houve um mês em que não tenha sido criticado por atitudes que tomou no palco do seu programa ou no comando de sua emissora, entre os quais a exibição de um programa sensacionalista de quinta categoria e a decisão de não fazer cobertura especial do velório de Gugu Liberato. Foi acusado de machismo várias vezes, de exploração da imagem de crianças, de racismo e, até, de fazer piada com o nazismo. Neste link aqui há uma boa antologia dos erros e escorregadas do Patrão.

Exageros de Bacci - Num ano de ótimos resultados de audiência, o "Cidade Alerta" frequentemente avançou o sinal em matéria de exagero, sensacionalismo e invasão de privacidade. Um dos casos que o programa apresentado por Luiz Bacci transformou em novela foi a cobertura da morte do ator Rafael Miguel e de seus pais. A situação chegou a um ponto tal que o apresentador bateu boca com o irmão e o filho do homem apontado pelo polícia como autor do crime. "Ele vai ter que se retratar em muita coisa e voltar pra escolinha de repórter", disse Joel, o irmão. "Esse xarope? Ele é tão covarde quanto o irmão", respondeu Bacci.

Jabá no Bial - Num ano de crise econômica, a Globo investiu em novos formatos de publicidade em todas as áreas, do esporte às novelas, passando pelos programas de entretenimento. Uma das novidades foram as entrevistas patrocinadas no "Conversa com Bial". Uma delas causou espanto por não conter nenhum aviso ao espectador que se tratava de conteúdo publicitário de uma indústria de cervejas.

JR no ataque - Em diferentes ocasiões este ano, a Record utilizou o seu principal telejornal para atacar adversários. Em litígio com o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, a Fundação Roberto Marinho foi alvo de cinco reportagens críticas em uma semana. Já a MRV, empresa do principal acionista da CNN Brasil, foi objeto de três reportagens pesadas após o canal de notícias contratar Reinaldo Gottino. Já a canonização de Irmã Dulce, primeira santa brasileira, não mereceu espaço no principal telejornal da emissora.

Sherehazade punida - A apresentadora do "SBT Brasil" foi afastada do trabalho às sextas-feiras por tempo indeterminado. Na falta de explicações da emissora, a situação foi entendida como uma punição. Rachel Sheherazade foi colocada de lado após publicar diversas críticas ao presidente Jair Bolsonaro em suas redes sociais. Restou a ela fazer piada sobre a situação absurda: "Sextou mais cedo para mim", disse.

Globo censura beijo - Uma cena escrita, gravada e divulgada pela Globo foi cortada antes de ir ao ar na novela "Órfãos da Terra". O beijo entre as personagens Valéria (Bia Arantes) e Camila (Anajú Dorigon), programado para o capítulo de 6 de setembro, foi eliminado da trama. No mesmo dia, a empresa classificou como "censura" a decisão do prefeito Marcello Crivella de mandar recolher a HQ "Vingadores" da Bienal do Livro porque mostra um beijo entre dois homens. O tabu foi superado vinte dias depois. As personagens se beijaram, finalmente, no penúltimo capítulo, em 26 de setembro.
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