Corpo de Paulo Silvino é cremado no Rio de Janeiro
O corpo de Paulo Silvino foi cremado na tarde desta sexta-feira (18) no Memorial do Carmo, no Rio de Janeiro. Familiares, fãs, os humoristas Nizo Neto, David Pinheiro e alguns colegas do "Zorra" estiveram no velório. Bastante emocionado, João Paulo deu um beijo no irmão Flávio no fim do velório. Isabela beijou o caixão ao se despedir do pai.
"Paulo era um dos últimos clássicos. Era um comediante incrível, respeitava muito o texto. É uma perda irreparável", disse o humorista Nizo Neto, filho de Chico Anysio.
A viúva do humorista, Giseli Silvino falou que a família decidiu deixá-lo em casa nos últimos dias para atender uma vontade dele. Os dois estavam juntos há 14 anos.
"Ele estava muito triste no hospital, então optamos por um 'home care' (cuidados em casa). Foi feita a vontade dele. É complicado. Sempre que eu passava por ele e ele estava de olhos fechados, ele falava de repente: 'Estou bem'. A impressão que dá é que ele vai fazer isso de novo. A lembrança que fica dele é só alegria. Para mim foi muito difícil. Ele morreu nos meus braços", lamentou.
Giseli disse que o marido começou a passar mal às 7h e "deu o último suspiro quando ela o segurou". "Não queria isso, queria que ele estivesse em um hospital, com toda a estrutura, mas foi feita a vontade dele. A cremação foi até mais complicada, porque todos os filhos tiveram que autorizar em cartório", contou.
A filha Isabela contou que os últimos dias foram muito desgastantes para o humorista e seus familiares.
"Ele estava muito fraco, não estava se sentindo muito bem. O câncer é uma doença que devasta não só o paciente como quem está em volta. Mas esse também foi um período de resgate do nosso amor, de carinho. A gente é frágil, precisa aproveitar enquanto pode. Ele deixa esse espírito alegre, era um colega maravilhoso. Pode perguntar a qualquer um que trabalhou com ele. Ele gostava muito de viver."
Isabela lembrou que quando o pai descobriu a doença, não contou para a família. Ela soube quando leu uma troca de emails dele com o médico. "Contei para o João e meu pai ficou bravo. Ele disse que ia lidar com isso sozinho. Depois ele entendeu", lembrou.
Flávio Silvino chegou de cadeira de rodas ao velório do pai e falou rapidamente: "O que fica são os melhores momentos dele. Graças a Deus meu pai foi uma pessoa pública, o trabalho dele está registrado. Não foi um cara que passou por aí", disse.
Bastante emocionado, João Paulo Silvino destacou a importância e parceria do pai. "Ele foi tudo na minha vida, sempre cuidou da gente. Foi um grande amigo."
A TV Globo, o grupo Melhores do Mundo e amigos homenagearam o ator com coroas de flores. Uma delas trazia o bordão: "Ah, como era grande".
O humorista sofria de câncer no estômago e morreu aos 78 anos em sua casa, na Barra da Tíjuca, zona oeste do Rio.
Carioca, filho de comediante, ele estreou na Globo em 1966 e se destacou em programas como "Balança Mas Não Cai", "Planeta dos Homens" e "Viva o Gordo". Seu último trabalho foi no "Zorra Total", em que viveu o porteiro Severino.
Paulo deixa três filhos, fruto do seu casamento com Diva Plácido: João Paulo, Isabela e Flávio Silvino, que atuou em novelas como "Vamp" (1991) e "Laços de Família" (2000) e cuja vida ficou marcada por um grave acidente de carro.
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