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Polícia investiga racismo e intolerância religiosa no "BBB19"

Paula e Maycon, participantes do "BBB19" - Montagem/UOL/Reprodução/TV Globo
Paula e Maycon, participantes do "BBB19" Imagem: Montagem/UOL/Reprodução/TV Globo

Paulo Pacheco

Do UOL, em São Paulo

11/02/2019 13h24

A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) abriu inquérito para apurar declarações do "BBB19" acusadas de racismo e intolerância religiosa. Maycon e Paula estão entre os brothers criticados por telespectadores por falas contra religiões de matriz africana.

"De acordo com informações da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) foi instaurado inquérito para apurar o ocorrido. As investigações estão sob sigilo", informou a assessoria da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

No Twitter oficial de Rodrigo França, a família do participante, que tem sido alvo das declarações dos brothers, se posicionou, dizendo que está procurando as medidas cabíveis para responder às acusações e à intolerância religiosa. 

O perfil pediu também que os fãs de Rodrigo e Gabriela enviem energias positivas para os confinados e suas famílias.

Declarações polêmicas

Na manhã desta segunda-feira (11), Hariany e Paula repercutiram uma conversa que tiveram com Maycon durante a madrugada. No papo, o mineiro afirmou que tem medo da religião de Rodrigo e Gabriela e disse às sisters que a percussionista fez algum tipo de "trabalho" para que Isabella adoecesse.

"Eu fiquei horrorizada com o que ele falou", contou Hariany. "Credo, velho. Tadinho do Maycon vendo ela incorporada. Que medo", comentou Paula.

"Antes de orar eu vou pedir para Deus me mostrar as coisas. Me mostrar quem é quem e me afastar de pessoas ruins aqui dentro", disse a estudante de design de moda.

Posição

Por meio de um comunicado, a Globo informou que não foi notificada sobre a investigação da Polícia Civil.

"Não fomos notificados, mas é importante pontuar que a Globo respeita a diversidade, a liberdade de expressão e repudia com veemência qualquer tipo de intolerância e preconceito, em todas as suas formas. Desde 2016 a emissora mantém no ar a campanha 'Tudo começa pelo Respeito', em parceria com Unesco, Unicef, Unaids e ONU Mulheres, que atua na mobilização da sociedade para o fortalecimento de uma cultura que não apenas tolere, mas respeite e discuta amplamente os direitos de públicos vulneráveis à discriminação e ao preconceito. Desta forma, é importante reiterar que qualquer manifestação pessoal, equivocada ou não, feita pelos participantes do programa, não reflete o posicionamento da emissora".

Histórico

Essa não é a primeira vez que declarações de Maycon e Paula têm sido vistas como intolerância religiosa e causado revolta. Recentemente, a sister declarou que tem medo de Rodrigo e afirmou: "Nosso Deus é maior". A bacharel em Direito também chegou a afirmar que também é negra, já que sua avó é negra.

Em entrevista ao UOL, a irmã da participante defendeu a conduta de Paula no jogo e reforçou a "ancestralidade africana" da família. "Ela não é preconceituosa. Nossa família é africana. Nossa avó por parte de mãe é negra. Ela já teve dois namorados negros", contou Mônica Von Sperling.

No último dia 3, durante a festa BBBali, Maycon discutiu com Gabriela após chamar a sister de "extremista". A paulista ficou chateada, mas afirmou: "Não abaixo a cabeça pra racista".