"Por que não me procurou antes?", disse pai de namorada a ator morto em SP
Paulo Cupertino, comerciante suspeito de matar o ator Rafael Miguel, 22, e seus pais, continua foragido. Ontem, Isabela Tibcherani, filha do comerciante, e sua mãe, Vanessa Tibcherani, compareceram a 98ª DP, em São Paulo, para depor sobre o caso.
Segundo o UOL apurou, Isabela disse que havia saído para passear com Rafael em uma praça no bairro de Pedreira, na zona sul da capital. Depois, eles seguiram para a casa dela, no mesmo bairro. A menina não disse que os pais de Rafael queriam conversar com Cupertino, algo que diverge do depoimento de Vanessa, que apresentou esta versão.
Em seu depoimento, a mãe da jovem disse que, ao chegarem na casa, o comerciante puxou a filha para dentro e falou para Rafael: "Por que você não me procurou antes?". Logo em seguida, ele sacou a arma e disparou.
Os depoimentos mostraram que Cupertino era uma pessoa agressiva e tinha um relacionamento possessivo com a filha, chegando a impedi-la de ir à escola. Isabela disse que o pai mal conhecia Rafael, mas não gostava dele mesmo assim.
Além de mãe e filha, um tio de Rafael e um irmão de Cupertino também conversaram com a polícia. O depoimento do irmão do comerciante foi considerado contraditório, e ainda não se sabe se será incluído no inquérito.
Vanessa relatou que o comerciante e ela estavam juntos há 21 anos, e que ele a agrediu diversas vezes. Isabela estava revoltada com a mãe no dia do depoimento, mas fontes ouvidas pelo UOL não souberam explicar o motivo da irritação.
Um advogado não identificado chegou a procurar a delegacia em nome de Cupertino, mas não confirmou se assumirá ao caso. Ele foi procurado pelo irmão do comerciante.
O advogado de Isabela, Eliton Lima dos Santos, disse que a jovem não voltou para casa e está na casa de amigos. "Ela não tem pretensão de voltar [para a casa] tão cedo. Não tem nada a ver com a mãe. É o local em si, onde ocorreu uma tragédia".
O prazo para prender Paulo Cupertino em flagrante já expirou, porém, a polícia ainda não decidiu se pedirá o mandado de prisão temporária.
A reportagem também apurou que o suspeito fugiu em um carro vermelho e que a placa do veículo pode ser falsa.
A defesa de Cupertino não foi localizada para comentar. O UOL foi até a casa dele um dia após o crime, mas ninguém atendeu.
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