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Portiolli diz que foi vaiado ao substituir Angélica: "Eu queria morrer"

Celso Portiolli - Gabriel Cardoso/SBT
Celso Portiolli Imagem: Gabriel Cardoso/SBT

Jonathan Pereira

Colaboração para o UOL

19/07/2019 08h04

Celso Portiolli falou no The Noite de ontem sobre seus 25 anos no SBT e recordou uma saia justa que aconteceu em 1996, quando substituiu Angélica, que foi para a Globo, no Passa ou Repassa.

"A Angélica estava saindo do SBT, no último dia chorando no palco e eu chorando de alegria, [pensando] 'vai embora!'. O Silvio me chamou, sabia do meu sonho de ser apresentador, eu comemorei demais", afirma.

Mas nem tudo foram flores na estreia. "Foi muito traumática. Eu tinha um contrato secreto com o Silvio Santos, mas ele disse 'aqui você não vai ser apresentador'. Eu não era indicado de outras pessoas, mas era do Silvio. Quando pisei no palco, 250 alunos me vaiaram. O diretor abriu o microfone e disse 'você está no lugar errado' e a galera 'uhhhh'. Eu queria morrer. Estava saindo a Angélica e entrando um Zé Ninguém. Fui mal, quase internado", recorda.

O dono do SBT acreditou em seu potencial, dando-lhe outra chance. "Gravei o segundo piloto e foi pro ar, deu mais ibope que a Angélica. Eu morava na [Rua] Frei Caneca, era o prédio mais assaltado de São Paulo, eu não tinha nada dentro, uma mesinha, um sofá e uma cortina. De repente começou a passar o programa, veio na cabeça toda a luta da minha vida" recorda.

Um problema em família adiou seus planos. "Eu tinha meta de chegar em São Paulo antes dos 21 anos, cheguei, porém no meio do caminho larguei tudo e fui ajudar meu pai. Quando meu pai morreu, a ideia era retomar. Ganhei uma [antena] parabólica em um consórcio, mandei uma fita para o SBT com 11 ideias, 7 foram aprovadas, e comecei a trabalhar na produção do Topa Tudo por Dinheiro".

Ele preferiu focar no trabalho. "Eu abri mão da herança do meu pai, falei 'não quero 1 centavo. Comecei do zero e não era pouca herança. Não ajudei a construir, não vou ajudar a gastar".

Há 10 anos Portiolli comanda o Domingo Legal, desde que Gugu Liberato foi para a Record. "Estava fazendo Sessão Premiada e pensando em reinventar minha carreira, pois não via oportunidades no SBT. Tinha feito vários programas que bateram primeiro lugar, mas pensava: 'preciso de uma coisa melhor'. Surgiu um papo de que o Gugu ia sair do SBT. O contrato dele estava vencendo e o meu também. Silvio me chamou e disse: 'eu tenho 3 apresentadores para o Domingo Legal. Você é um deles, quer apresentar?'".

Ao olhar esses 25 anos, não se arrepende de tudo o que passou. "49% da minha vida eu passei aqui dentro... Dois anos atrás das câmeras e 23 no ar".