Éramos Seis retorna com Dona Lola menos submissa; veja quem é quem
Uma novela atemporal, que fala da importância da família e das relações em contextos adversos. É assim que Ângela Chaves, autora que assina o novo remake de Éramos Seis, que chega à Globo em setembro, define a história que já emocionou o público em outras versões.
A escritora terá a missão de adaptar pela quinta vez a saga da família de Dona Lola, do romance de Maria José Dupré, para a TV, mas garante que os espectadores verão uma protagonista diferente.
"Como sou uma autora do século 21, tem algumas alterações. De cara posso dizer que a Lola não é a mesma de 1994. Ela é uma mulher vista com o olhar de hoje. Eu diria que essa Lola tem mais voz, é menos submissa. Vejo nessa Lola algumas reações e possibilidades com o meu olhar", disse ao UOL.
A nova novela é baseada no texto de Silvio de Abreu e Rubens Ewald Filho (1945-2019), que já serviu como base para duas versões para a televisão: na Tupi, em 1977, e no SBT, em 1994, na qual Irene Ravache e Othon Bastos viveram Lola e Júlio, casal que será interpretado agora por Gloria Pires e Antônio Calloni.
"Eu nunca assisti à novela de 1994, mas meu trabalho foi em cima do texto do Rubens e do Silvio de Abreu e li o livro. A adaptação deles é uma que considerado exemplar, fez tanto sucesso porque ela é muito feliz e sensível", elogia a autora.
"Reconheço o valor dessa obra, mas também é óbvio que não vai ser uma cópia. É preciso fazer atualizações de linguagem, de estrutura, de velocidade. A dramaturgia é diferente à daquela época. Foi um trabalho de mergulho muito grande, de respeito, para poder recriar".
Tia Emília na mesma casa
Apesar das atualizações, o espírito das versões anteriores estará presente, até mesmo numa coincidência de locações.
"Uma coisa curiosa é que a locação da casa da Tia Emília (Susana Vieira), que é o Palácio dos Cedros, foi a mesma da versão anterior, e eu não sabia disso. Foi uma coincidência boa. Quem viu a versão anterior vai ver em alguns momentos as mesmas locações", conta o diretor artístico da trama, Carlos Araújo, que já trabalhou com Ângela na superssérie Os Dias Eram Assim (2017).
Quem vê fotos da novela já logo reconhece a assinatura do diretor, conhecido por trabalhos como Meu Pedacinho de Chão (2014) e Velho Chico (2016): um colorido vivo e forte --em contraste com os tons pasteis que normalmente se vê em histórias de época. Ele diz que o tom estará na trama, mas que não é uma imposição.
"Minha identidade como diretor vai estar presente, mas não como um olhar acima da obra, é uma coisa natural. Tem um pouco mais de tom de aventura, talvez a cor esteja nisso. São muitas locações", diz Araújo, que vê os anos 20, início da época da história, como uma época de ."encantamento".
"Tem um olhar um pouco inédito para as gerações que não conhecem, mas quem assistiu, tem uma relação afetiva, vai identificar as versões anteriores e poder saborear uma visão do audiovisual de hoje".
A trama irá, inclusive, homenagear alguns atores de versões anteriores, como Othon Bastos, que voltará como um padre.
História atemporal
A história de Éramos Seis acompanha a família dos anos 20 aos anos 40. Para Ângela Chaves, no entanto, o drama de Lola, Júlio e seus quatro filhos atinge em cheio o coração do público por tratar de temas que são atemporais, como amor, família e solidariedade em contextos adversos.
"Não existe um vilão, o vilão é a própria vida. Acho que essa é a grande atualidade dessa história: a gente perceber que na verdade a vida vai levando por caminhos determinados pela situação", diz a autora.
"Durante a crise [econômica] de 29, no Brasil, o custo de vida começa a aumentar. Fica mais difícil pro Júlio pagar as contas. Aí acontece o fantasma do desemprego, como ele dá conta disso? Isso continua sendo atual".
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