Apresentadora do Bake Off lembra ferimento a bala: "Um tiro para a vida"
Nadja Haddad tinha uma realidade bem menos doce antes de virar apresentadora do Bake Off Brasil, no SBT. Jornalista, ela atuou como repórter policial e, em 2005, chegou a ser baleada por uma submetralhadora enquanto cobria uma operação policial em uma favela do Rio de Janeiro.
Ela diz que saiu praticamente sem traumas do ocorrido. "Sempre falo que foi um tiro para a vida. Sou grata porque sobrevivi e me tornei outra pessoa depois daquele episódio", explica ela.
No começo deste ano, no entanto, ela tomou uma decisão que, segundo conta, ajudou-a a se livrar das poucas inseguranças que ainda restavam. "Eu me associei a uma escola de tiro esportivo, onde consegui ficar do outro lado da moeda."
A vontade de fazer o curso surgiu depois que ela percebeu que, de fato, ainda tinhas questões a trabalhar em relação ao episódio.
"Certa vez, uma terapeuta me perguntou: 'Você chorou no momento em que foi baleada?' Falei que não. 'Mas você precisa por isso para fora'. Senti um impacto, parecia um empurrão supersônico, mas a vontade de chorar não senti", lembra.
Daí partiu a decisão de fazer o curso. "Meu marido me acompanhou, e era exatamente o que eu precisava. No meu primeiro disparo, no momento em que eu estava no comando, eu consegui berrar, chorar, extravasar, respirar fundo. Falei: 'Ok, agora quero seguir em frente'."
Nadja fala com muita tranquilidade sobre o tema, dizendo que não fica incomodada em relembrar o ocorrido: "Nunca foi algo que me provocou angústia nem perturbação. Por mais que a gente veja nos noticiários a quantidade de balas perdidas, não é comum conhecer alguém que tenha sobrevivido e possa contar a história. Tenho essa tranquilidade porque estou muito bem".
Nadja não esconde sua animação de estar mais uma vez à frente do reality, que agora parece inspirar, inclusive, a novela A Dona do Pedaço. Depois de anos no jornalismo, a oportunidade de entrar no entretenimento trouxe a ela uma série de novas perspectivas.
"Minha mudança do jornalismo para o entretenimento aconteceu de maneira muito natural, nunca busquei, nunca foi um propósito. Mas eu sentia que era mais feliz na área artística, justamente por poder ser eu. No jornalismo, não. A gente tem que vestir uma carapuça e não se envolver com aqueles fatos. Hoje, eu noto o jornalismo mais humanizado, mas quando eu estava não era. Meu lado humano gritava."
Ela conta que, no Bake Off, consegue praticar a empatia. "Encontrei o meu caminho. Descobri o quanto sou chorona, porque sempre me coloco no lugar dos participantes e sofro com eles, comemoro junto. Não sabia que eu tinha essa sensibilidade tão aflorada."
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