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Ex-namorada de Senna acusa escritora de "crimes graves" e entra na Justiça

Adriane Yamin e Ayrton Senna; o relacionamento do casal é o tema da biografia "Minha Garota" - Reprodução/Instagram
Adriane Yamin e Ayrton Senna; o relacionamento do casal é o tema da biografia "Minha Garota" Imagem: Reprodução/Instagram

Felipe Pinheiro

Do UOL, em São Paulo

03/02/2020 12h00

Ex-namorada de Ayrton Senna, a empresária Adriane Yamin, que acaba de lançar uma biografia sobre o relacionamento com o piloto, intitulado "Minha Garota", entrará na Justiça contra a ex-colaboradora da obra por quebra de sigilo contratual.

O alvo do processo é a escritora Malu Magalhães, que decidiu entrar com uma ação exigindo reconhecimento de co-autoria, além de indenização por danos morais e de imagem, segundo informou o colunista Ricardo Feltrin, do UOL. Pela primeira vez, em entrevista à reportagem, Adriane se manifestou publicamente sobre o imbróglio judicial.

Ela confirma que a escritora chegou a ser contratada, mas teve o vínculo rescindido pela insatisfação com o serviço prestado. Adriane afirma que Malu recebeu pelo trabalho que entregou.

"Já tinham sido entregues umas 300 páginas escritas na mão dessa senhora e era para ela definir a parte técnica do livro para depois terminarmos. Ela não chegou no depois. Rescindimos o contrato porque eu percebi que o resultado daquilo não tinha que ir mais para frente. Eu não estava satisfeita. Como aconteceu com as outras etapas, eu teria que pagar antecipadamente para que ela cumprisse. Como rescindimos o contrato, não foram pagas as outras vezes. Ela recebeu antecipadamente pelas etapas nas quais trabalhou", afirma. "O material que ela me mandou foi o que ela recebeu e com pequenos ajustes", diz.

Adriane, que contratou outra escritora para concluir o livro, declara que a sua intenção não é provocar a ex-colaboradora, mas ressalta que ela terá de responder na Justiça pela divulgação de notícias falsas.

"Posso garantir que essas fakes news que ela está lançando são crimes e ela vai ter que responder judicialmente, civilmente e criminalmente perante a Justiça. O meu assunto com ela é judicial. Agora ela vai ter que provar todas as bobagens que alegou. Ela cometeu crimes graves e vai responder por eles", diz ela, acrescentando que demais detalhes do processo são sigilosos.

A defesa de Adriane Yamin informa que o contrato contém uma cláusula de sigilo que não poderia ser violada mesmo após a rescisão do acordo, "tornando-o de conhecimento público através de uma denúncia infundada e de má fé".

"O livro foi efetivamente todo escrito por Adriane Yamin em colaboração da co-autora e Presidente da Academia Saltense de Letras, Anna Maria Osta. A jornalista reclamante Malu, que poderia ter entendido que era credora de algum valor, contudo, deveria ter procurado os caminhos legais e não realizar uma campanha pública difamatória contra Adriane Yamin", afirmou.

Defesa da escritora rebate a acusação

Segundo o colunista Ricardo Feltrin, Malu assinou o contrato por R$ 25 mil e recebeu R$ 10 mil. Ela disse a amigos ter se surpreendido ao ver que o livro havia sido lançado pois acreditava que a rescisão significava que seu trabalho não seria mais utilizado.

Procurada pela reportagem, o advogado de Malu Magalhães, Paulo Vasconcelos, afirmou que está sendo preparada uma ação para questionar a utilização do trabalho da escritora após rescisão contratual e sem creditar a autoria. Ele também se manifestou sobre a acusação de quebra de sigilo contratual.

"Em primeiro lugar, a senhora Adriane está ofendendo os direitos morais do autor ao utilizar a obra sem o devido crédito, o que demanda até mesmo retratação pública, sem prejuízo do fato de que o contrato foi rescindido e descumprido pela Adriane. A atribuição da autoria ao autor é um direito primário, que só pode ser mitigado por contrato cumprido e em vigor", declarou.

Ele também afirma que "houve uma quebra contratual decorrente do não pagamento dos valores devidos".

"Se a Adriane entende que o trabalho realizado não estava adequado, não há problema em rescindir o contrato, desde que não exista a utilização da obra", completou.