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Roberto Justus diz que foi 'mal compreendido' e que 'preza pelas pessoas'

Do UOL, no Rio

28/03/2020 17h34

Roberto Justus voltou a se manifestar hoje após um áudio seu de uma conversa com Marcos Mion viralizar nas redes sociais no início da semana.

Nele, o empresário dá uma "dura" no apresentador, depois de Mion compartilhar, em um grupo de Whatsapp de que ambos fazem parte, o vídeo de um biólogo que dizia que o número de mortes em razão do coronavírus poderia chegar a 1 milhão no Brasil. Justus refutou a projeção e falou em "histeria desproporcional".

"As pessoas foram muito injustas comigo porque sou uma pessoa que pensa sim no ser humano, que preza pelas pessoas e sempre se preocupou em ser íntegro e correto com todos", disse ele em vídeo publicado hoje no seu Instagram.

O empresário admitiu a importância do isolamento social neste período de pandemia, mas acredita que ele deve ser reduzido aos poucos para não prejudicar a economia.

"O fato disso ser um problema tão sem precedentes no mundo faz com que não existam respostas absolutas ainda e fico muito triste de ver que existe agora uma polarização e uma politicagem em cima de um assunto tão importante e que acaba tirando o foco do mais importante que é o bem-estar das pessoas".

Roberto falou ainda que não teve nunca a intenção de minimizar a doença ou as mortes.

"Até porque sei que também faço parte deste grupo de risco e de maneira alguma acredito que dinheiro seja mais importante do que vidas".

"O que quis fazer é trazer atenção ao fato de que muitas decisões de governantes do mundo foram tomadas em cima de informações muitas vezes incompletas respondendo ao medo e que se a gente tentar desacelerar as infecções com uma solução que vai acabar destruindo todos os sistemas econômicos do mundo, vai acabar morrendo muito mais gente e em um longo prazo nós vamos sentir essas consequências", opinou.

Justus afirma que com a crise, muito mais brasileiros passariam fome e a violência aumentaria, o que causaria um desespero que demoraria muito mais tempo para ser superado.

"Apesar disso, acho que foi bom colocar em prática métodos urgentes para conter a proliferação da doença. Analisando e pesquisando porque a gente vai aprendendo todo dia, passei a acreditar que a melhor forma realmente é esse isolamento momentâneo, principalmente para evitar um colapso no sistema de saúde. Esse que talvez seja o maior problema neste momento, que pode causar muito mais mortes".

Ele conclui dizendo que acredita que isolamento no país não pode ultrapassar um mês.

"Mas esse isolamento não pode se prolongar por muito tempo. Precisamos encontrar um meio-termo que não vá destruir o país. Na minha visão, o máximo que o país aguenta seriam uns 30 dias, depois disso precisamos cobrar aos governantes de nos apresentarem planos de liberar gradativamente a população para voltar a trabalhar e girar a roda econômica, sempre preservando os grupos de risco.