Ator que faz vilão em 'Aruanas' afirma: 'Desmatamento cresce como nunca'
Em "Aruanas", série que chegou à Globo nesta terça-feira, Luiz Carlos Vasconcelos vive Miguel, um empresário inescrupuloso que pretende explorar as riquezas da Amazônia com sua mineradora, mesmo que isso destrua a natureza ao redor. Tal ação o coloca em confronto com as integrantes da ONG Aruana, que buscam proteger a floresta. Para o ator, o seu personagem reflete um lado sombrio da sociedade.
"Na verdade, a crueldade do Miguel é espelho de uma realidade muito forte em que vivemos desde sempre. O projeto pessoal e ganancioso de que se lixem os outros, de empresários totalmente desumanizados, que vão até as últimas consequências. Isso ecoa, na realidade, não só do Brasil", destaca Vasconcelos em entrevista ao UOL.
Vasconcelos acredita que atualmente, com a pandemia do novo coronavírus, alguns temas da série foram ressignificados. "Todas essas restrições por conta da covid-19 põem em xeque essas questões todas. Ouvi dizer que circularam imagens da Baía de Guanabara com a água translúcida, límpida, com tartarugas voltando a aparecer. O capitalismo [está] sendo posto em xeque", analisa.
"De alguma maneira, o personagem do Miguel reflete esses aspectos de um capitalismo que está posto em xeque. E é ótimo que a série esteja no ar neste momento", opina. O programa já estava disponível na íntegra no Globoplay.
Quando "Aruanas" chegou à plataforma de streaming da Globo, a Amazônia não saía do noticiário, com informações sobre o crescimento do desmatamento da floresta. O ator reforça que, mesmo o assunto não tendo o mesmo destaque hoje, ele continua sendo extremamente relevante.
Nós sabemos que, embora tenha saído dos topos das manchetes, o desmatamento tem crescido como nunca. Tomara que 'Aruanas' na TV aberta reacenda essas questões.
Vilão humanizado
Se, por um lado, Miguel é um empresário cruel e impiedoso, por outro, ele se mostra um avô extremamente amoroso com a neta Gabriela, vivida por Manuela Trigo, primeira atriz mirim com paralisia cerebral a atuar em uma série da Globo.
"Embora ele seja um vilão nesta primeira temporada, ele tem aspectos humanos muito interessantes. Ele perde a filha e fica como avô e pai de uma menina que tem paralisia cerebral. Ele é um avô extremamente amoroso, traz um aspecto de humanidade que foge um pouco dos vilões tradicionais, esquemáticos demais", diz Vasconcelos.
O ator também elogia e se emociona com a parceria que construiu em cena com Manuela: "Foi uma coisa linda. Uma decisão dos autores de ter essa personagem e encontrarem a Manu. É aquela coisa que certos trabalhos me dão e vão me marcar para sempre. Eu considero a Manu minha eterna netinha. [Atuar com ela] Me atingia como ator, como pessoa, nos meus lugares mais sensíveis. E isso era ótimo".
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