Artistas relatam 'descrença' em melhora na Cultura após saída de R. Duarte
Regina Duarte foi exonerada da Secretaria de Cultura do governo Jair Bolsonaro na manhã de hoje. A classe artística, porém, não se ilude com a troca no comando da pasta.
Duarte saiu do comando da Cultura e foi para a presidência da Cinemateca Brasileira, considerada por ela "um presente" dado por Bolsonaro em vídeo publicado ao lado do presidente durante a manhã. A mudança também foi vista com maus olhos pelos principais agentes culturais do país.
Maitê Proença se manifestou sobre a situação. "Fica cada vez mais claro que a troca frenética de ministros e secretários acontece principalmente nos setores em que o presidente deseja que nada se mexa", disse a atriz, de acordo com o jornal "O Globo", que ouviu diversos artistas sobre a movimentação na pasta da Cultura.
Sobre a possibilidade do ator Mario Frias, entusiasta de Bolsonaro nas redes sociais, assumir a Secretaria, ela se mostrou descrente. "Não importa. Será mais um fantoche. Se for um bom fantoche dura, se não, cai", finalizou.
Quem também se manifestou foi o ex-marido de Regina Duarte, o ator e diretor Daniel Filho. O veterano disse que ela se tornou "mais uma bolsonada" e que, com a ida para a Cinemateca, "foi jogada para escanteio" pelo presidente.
"Aquela que foi sem nunca ter sido", diz Babaioff
O ator Armando Babaioff disse que a ida de Regina para a Secretaria prejudicou sua carreira e sua imagem perante a história. "O diálogo nunca existiu, não disse a que veio, não teve apoio da classe artística e provavelmente não terá agora ocupando a Cinemateca de SP", disse ele.
"Mesmo dizendo que tinha muita coisa para dizer não disse nada além de um discurso de ódio e assim será lembrada, como aquela que naturalizou a morte, aquela que flerta com a ditadura, como aquela que foi sem nunca ter sido. Regina Duarte é o próprio pum do palhaço, uma piada", ponderou.
O cantor e compositor Leoni também falou sobre o assunto, e disse que Mario Frias não é um bom quadro para ocupar a cadeira que foi de Regina na Secretaria. "Com a Regina, mesmo sendo uma pessoa com a qual tinha discordâncias, ainda havia uma esperança. Agora já vimos que não existe", lamentou.
"Com todas essas modificações nos ministérios e secretarias, ficou claro que é irrelevante quem estará no cargo. Por que se não pensar exatamente igual ao presidente, será mandado embora. Ele busca recrutas, não técnicos. Mario Frias não tem nenhum histórico que o credencie a não ser o fato de se alinhar a Bolsonaro e Olavo de Carvalho", finalizou.
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