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Fogaça x Shopping: Entenda a briga após fechamento dos restaurantes do chef

Arquivo pessoal/Henrique Fogaça
Imagem: Arquivo pessoal/Henrique Fogaça

Felipe Pinheiro

Do UOL, em São Paulo

08/06/2020 12h00

Demissão de 200 funcionários, troca de acusações, explicações e mais explicações. Henrique Fogaça se viu no olho de um furacão ao anunciar o fechamento de um de seus restaurantes no Rio de Janeiro e ainda comprou briga com o shopping onde o estabelecimento ficava.

A confusão rolou nos últimos dias, que foram mais do que o suficiente para o caldo entornar de vez. Para se ter uma ideia, neste curto intervalo de tempo Fogaça tentou se justificar após anunciar as demissões, o shopping entrou na história e o chef se defendeu da acusação de que tenha fracassado com seu restaurante no Rio.

A seguir, entenda toda a treta envolvendo o jurado do "MasterChef Brasil" nos últimos dias:

Como começou a polêmica com Henrique Fogaça?

Fogaça anunciou o fechamento de seu restaurante no shopping Village Mall, no Rio de Janeiro, em um bate-papo na semana passada no canal do YouTube do apresentador José Luiz Datena. O motivo? Segundo ele, a crise econômica provocada pela pandemia de covid-19.

Um mês você segura; dois meses você vai pro buraco

Nesta mesma ocasião, o jurado do "MasterChef Brasil" afirmou que precisou demitir 200 funcionários de três estabelecimentos e fez duras críticas ao shopping onde seu restaurante ficava no Rio.

"Só nesses quatro meses, estamos com meio milhão de prejuízo. É complicado: o shopping é tipo um sócio seu, participa com 8% de faturamento do grupo, tem que pagar ajuda de fundo, etc. Shopping explora e suga tudo".

Quais são os restaurantes de Fogaça?

O jurado do "MasterChef Brasil" tem restaurantes tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo. Ele controla o Sal Gastronomia e o Sal Grosso, sendo estes dois com unidades no Rio. Fogaça ainda é um dos sócios do Cão Véio, com franquias espalhadas por capitais como São Paulo, Brasília, Curitiba e Goiânia.

Fogaça se explica em novo vídeo

A repercussão sobre a demissão em massa provocou uma repercussão imediata, e Fogaça se viu obrigado a fazer um novo vídeo na tentativa de tranquilizar os funcionários demitidos. Ou seria para se justificar?

Não se desesperem. Tudo vai se arrumar aos poucos. Foi uma forma de desabafo e um pouco de raiva de tudo o que estamos vivendo. Todo mundo tem o mesmo sentimento. Fiquem tranquilos.

O chef afirmou que enxugou o quadro de funcionários considerando a reabertura dos restaurantes com a flexibilização da quarentena. De acordo com a assessoria dele, quando os estabelecimentos reabrirem terão menos pessoas trabalhando nos restaurantes, até pelas normas sanitárias.

O que o shopping falou sobre as acusações de Fogaça?

O grupo Multiplan, que controla o Shopping Village Mall, se posicionou sobre algumas críticas feitas pelo chef Henrique Fogaça. O grupo afirmou, por exemplo, que concedeu "enormes vantagens para seus lojistas" em virtude da pandemia e disse ter auxiliado o restaurante a abrir uma unidade no shopping, na Barra da Tijuca, em 2018.

O que emerge com contundente clareza é que, na falta de melhores argumentos que justifiquem o seu fracasso no Rio de Janeiro, o Sr. Fogaça procura criar um clima falso e artificial para fugir das obrigações contratuais que decorrerão da sua decisão unilateral de rescindir o contrato.

O que é fundo de promoção?

Uma das vantagens anunciadas pelo grupo que opera o shopping Village Mall para contornar a crise é a isenção do fundo de promoção, além de outros benefícios. Mas do que se trata exatamente este fundo?

O fundo de promoção é o valor percentual do aluguel pago ao shopping center a ser utilizado para execução de campanhas publicitárias. O valor tem uma variação de 10 a 20% do aluguel.

"No mês de março, onde o Villagemall funcionou 15 dias, foi cobrado 50% do aluguel e encargos condominiais comuns, sendo isento o fundo de promoção. Nos meses de fechamento total do shopping, foi cobrado 50% dos encargos condominiais comuns, e isento o aluguel e fundo de promoção".

"Não se trata em hipótese alguma de fracasso"

Henrique Fogaça negou que tenha fracassado com seus restaurantes no Rio de Janeiro e, novamente, explicou que o motivo por trás do fechamento dos estabelecimentos era a pandemia.

Ocorre que em virtude de graves consequências trazidas pela crise global da covid-19, que vem afetando de forma contundente a maciça maioria de diversos grupos empresariais, grandes, médios e pequenos no mundo todo, estamos sendo obrigados a nos reinventar

O que Fogaça pensa sobre a quarentena?

Fogaça diz que teve os seus negócios diretamente afetados pela pandemia do novo coronavírus, mas o que ele pensa da recomendação de ficar em casa? No fim de março, ele surgiu em uma foto usando uma máscara de gás e falando em "terceira guerra mundial".

Estamos vivendo a terceira guerra mundial 'silenciosa' de mãos atadas, onde nosso inimigo é invisível e as armas letais são o contato, o beijo e o abraço.

Ele aconselhou as pessoas a respeitarem a quarentena para preservar o mundo de, em suas palavras, "uma catástrofe".