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Há muito folclore sobre assédio e teste do sofá na televisão, diz Boni

José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, é o entrevistado do Roda Viva - Reprodução/YouTube
José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, é o entrevistado do Roda Viva Imagem: Reprodução/YouTube

Do UOL, em São Paulo

14/09/2020 22h55Atualizada em 15/09/2020 15h59

O ex-diretor geral da Rede Globo e fundador da TV Vanguarda, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, afirmou hoje no Roda Viva que há muito "folclore" sobre casos de assédio ou teste de sofá na televisão.

Segundo ele, nos mais de 30 anos que passou pela Rede Globo, não houve nenhuma queixa sobre o tema.

"A gente tem que pensar que há muito folclore. Não acredito que no meu tempo tivesse algum outro critério para escolher artista que não fosse talento, competência, capacidade. Se, eventualmente, os Bozos da época fizessem alguma coisa, a gente mandava imediatamente embora, desde que tivesse provas."

"Eu nunca tive durante todo o período de 31 anos que passei na TV Globo, nunca ninguém entrou na minha sala para dizer, fui assediada no sentido de permutar minha escalação por qualquer outra coisa, seja sexo ou amizade."

Boni admite, porém, que as reclamações externas não tinham tanta força porque não tinha rede social nem pressão, sendo que muitas pessoas não levavam o problema pela frente.

"Quando a gente ouvia de terceiros e não chegava [na direção] era porque naquele momento toda questão social era diferente, sem redes sociais, sem pressão. Talvez as pessoas levassem aquilo com receio ou achavam que era natural e não levavam à frente o problema."

Ele contou também que demitiria o ator José Mayer e o humorista Marcius Melhem — acusados de assédio sexual e moral, respectivamente — caso fossem comprovadas as denúncias.

"Assim, de longe, eu não mandaria embora pois são pessoas extraordinárias. Agora, trabalhando lá dentro eu teria dados, detalhes, fatos que pudessem comprovar. Se tivesse comprovação, evidente que demitiria."

Boni ainda declarou que é inaceitável qualquer processo de troca de trabalho, emprego, posicionamento por qualquer motivo como dinheiro e sexo. "Se apaixonar é normal. O que não é normal é exigir que a pessoa se apaixone por você em troca de outra coisa."