Ana Hikari desabafa sobre preconceito contra asiáticos na pandemia
Ana Hikari, de 26 anos, é atriz e filha de pai negro e mãe descendente de japoneses. Em uma entrevista concedida à revista Marie Claire, a jovem falou sobre preconceito contra asiáticos que levaram ao assassinato de seis mulheres descendentes de asiáticos nos Estados Unidos na última semana.
No dia 16 de março, oito pessoas - seis delas imigrantes asiáticas ou norte-americanas de ascendência asiática - foram vítimas de um atirador em Atlanta, nos Estados Unidos. Robert Aaron Long, um homem branco, de 21 anos, foi preso e indiciado pelos crimes.
O capitão Jay Baker, do Gabinete do Xerife do Condado de Cherokee, disse que o atirador estava tendo "um dia ruim", o que rendeu manifestações no país e no mundo com o movimento #StopAsianHate (pare com o ódio contra asiáticos em tradução livre).
Desde o início da pandemia de Covid-19, asiáticos de origem chinesa, japonesa e coreana, foram vítimas de preconceito pelo fato do vírus ter surgido na China. Ana Hikari disse que o preconceito sempre existiu e com a pandemia, a situação só se agravou:
"A pandemia expôs uma violência que já existia. Os Estados Unidos têm história de opressão no leste asiático, com históricos de guerra com violência maciça, principalmente contra mulheres".
"A pessoa pode não concordar com os discursos deles, mas reproduzir essas 'piadinhas' é colocar mais uma moeda pra alimentar um sistema cujo o resultado vimos nos Estados Unidos", acredita Ana. "Seis mulheres [de ascendência] asiáticas mortas a tiros por um cara branco. Se hoje essa conta está começado a bater na porta é porque as pessoas não se questionam e acham esses discursos inofensivos", disse a atriz.
No Carnaval do ano passado, antes do início da pandemia do coronavírus, Hikari estava em uma festa de pré-Carnaval em São Paulo, quando foi abordada por um homem que a atacou:
"Estava curtindo e um cara chegou mexendo comigo. 'Sai com esse coronavírus daqui', falou. Me reduziu a um vírus. Fez uma associação esdrúxula de uma doença com um grupo étnico e falou o que quis", relembra.
"Felizmente, para pessoas amarelas no Brasil a violência não se apresenta na mesma intensidade do que para as pessoas negras, cujo racismo deriva na forma de genocídio. Temos de reverenciar pessoas negras que vieram antes. Bebi muito de teóricas como a [norte-americana] Bell Hooks e [a brasileira] Winnie Bueno", completou Ana.
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