Leifert fala de final do BBB após morte de Paulo Gustavo: 'Dia horroroso'
Tiago Leifert falou sobre como se sentiu ao apresentar a final do "BBB 21" (Globo) horas após a confirmação da morte do ator Paulo Gustavo, na terça-feira (4).
"O fato de a gente conhecer muita gente, a gente sabia que a situação era muito critica e a notícia sairia a qualquer momento. (...) Assim que a gente foi pro intervalo, o Boninho entrou no meu ponto e me perguntou e eu falei que ia dar a notícia a eles no intervalo", contou o apresentador do BBB, entrevistado do "Conversa com o Bial" (Globo) de hoje, afirmando que não queria dar a notícia aos finalistas ao vivo.
O apresentador contou como se sentiu no dia, tendo que comandar uma festa em meio a tantas notícias ruins. "A gente abre mão um pouco dos nossos sentimentos. A gente tem a função de entregar as pessoas 60 minutos de alegria. Era um dia horroroso. Quando eu vi as notícias de Santa Catarina, eu queria voltar para minha cama. Que dia horroroso para se fazer uma final. Era o pior dia para se fazer uma final", contou Tiago, engolindo o choro.
Episódio de racismo
Tiago também comentou o episódio de racismo da temporada, envolvendo João Luiz e Rodolffo Mathaus.
"Quando aconteceu, eu também tive a mesma sensação de homem branco, de (que ele falava de) quantidade. Eu tinha a expectativa que ele se autorregulasse. A partir do momento em que o João não conta para ninguém, ali eu comecei a ver que não era jogo. Se fosse, ele tinha espalhado para casa inteira. Quando chega no jogo da discórdia e ele faz aquilo (comentar o acontecido com toda a casa), eu também não achei jogo. Aquilo veio do coração. E na hora que eu ouço a justificativa do Rodolffo, eu vi que ele não sabia o que tava acontecendo. No dia seguinte, eu fui almoçar com o Boninho e o Dourado e eu falei: Esse é um dos momentos em que eu acho que a gente tem que fazer alguma coisa".
Antes da eliminação do cantor sertanejo, Tiago fez um discurso sobre o acontecido.
Para Leifert, a eliminação, aliás, era o momento mais difícil do jogo, mas também a hora de absolvição. E que, apesar de críticas, não assumirá o papel de cancelador dos cancelados.
"Se a intenção é que eu seja juiz do mundo, 'cancelador geral da República' e tire sangue, pode escolher outro apresentador. Vocês não vão mudar minha cabeça, não é porque vocês querem o sangue da pessoa que eu vou dar para vocês", disse.
O apresentador se emocionou ao falar sobre a desistência de Lucas Penteado após sofrer exclusão por grande parte da casa. "O Lucas tava se afogando e a casa não percebeu e empurrou ele mais. A gente viu que não ia dar".
Leifert também foi questionado por Bial sobre as participações de Karol Conká e Projota. "Eles reagiram de forma ruim. Acho que a Karol da pior forma possível. Acho que todo radicalismo é ruim. Eu acho que eles entraram achando que isso (a forma de jogo) daria uma boa impressão, que daria likes, que seria um exército aqui fora torcendo por eles, mas eles perderam a mão. Mas eu acho que foi bom para as outras gerações, para eles entenderem que precisa haver um caminho do meio".
Expectativas do público e críticas
O apresentador desabafou sobre as expectativas do público: "Você tem que lidar com as expectativas do público que são muitas. Você tem que desligar muita parte do seu cérebro, porque tem coisa que você não pode falar. Às vezes você tem que narrar uma prova e ao mesmo tempo ser juiz. (...) E todo mundo inventando regras novas, pegando coisas que você deixou de falar e usando contra você."
"Você subiu a barra de eliminação no mundo inteiro. Na hora de você dar uma satisfação para o público, para a casa, é superdifícil fazer isso sem frustrar a expectativa do público e também deixando o jogo rolar. Você não pode dizer exatamente o que aconteceu, se não acabou o Big Brother", disse Tiago a Bial.
Leifert comemorou o sentimento de encerrar o programa com emoção e comentou sobre a ansiedade que pairava no começo e se emocionou novamente, não conseguindo conter as lágrimas.
"Eu acho que eu choro porque a gente conseguiu. Acho que é o mais importante. As inseguranças de fazer um BBB que só você vai me entender, de você colocar 20 pessoas lá sem a menor ideia do que vai acontecer, sem ter a menor pista, de se jogar totalmente no escuro, no espaço, no vácuo, e conseguir entregar. (...) Eu passei por noites ali que eu não vou esquecer. A gente apanha. E aí você pega o celular e tem muita mensagem (elogiando-o após o final). É chorar de falar 'dias assim existem'. Preciso curtir esse momento porque vou sentir saudade dele. É um choro de alívio. De missão cumprida'.
O apresentador revelou ainda como lida com o que falam dele nas redes sociais e revelou que não costuma ler muito. "Falaram que eu ia durar duas semanas no Globo Esporte. Eu não vou mais acreditar neles, eu vou acreditar em quem quer meu bem. De resto, são pessoas que não querem o nosso bem. Elas não fazem por mal, mas elas tem que ganhar o like delas", desabafou.
Questionado por Bial sobre como está agora, com o fim do programa, Leifert foi direto. "Estou me arrastando, mas estou vivo. Eu não tenho a menor ideia do que tá acontecendo. Eu só trabalhei", confessou, quando elogiado por Bial. Ele revelou sua rotina de sono durante o tempo em que o programa fica no ar. "A gente dorme junto com eles. Se eles forem dormir às 4, às 5, a gente dorme. Se eles acordam 9h30, a gente acorda com o toque de despertar da casa."
Tiago comentou ainda sobre como dividiu os trabalhos do programa com o nascimento da filha, Lua. "Nas festas, eu ficava aqui nesse quartinho e cuidando dela de madrugada. Ela tá ótima, assistiu muito pay-per-view com o papai.", contou.
O "Conversa com Bial" vai ao ar de segunda a sexta-feira, após o "Jornal da Globo".
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