Maju Coutinho cita Camilla de Lucas e comenta: 'Cansa ficar desenhando'
Maju Coutinho citou a vice-campeã do BBB 21, Camilla de Lucas, ao falar sobre como as mulheres devem lidar com os "esquerdomachos" (homens que se dizem progressistas, mas agem de forma hipócrita no dia a dia). Durante sua passagem no programa, Camilla declarou estar cansada de sempre precisar explicar sobre questões raciais.
"Camilla foi minha torcida no BBB e eu concordo com ela. Às vezes cansa ficar desenhando questões sobre racismo, feminismo, mas é a luta. A gente tem que seguir essa luta pra conseguir a mudança. Cansou? Respira, recarrega e vai levando até onde dá", apontou a jornalista, em entrevista ao "Papo de Segunda" (GNT) de hoje.
"Tem que pegar pela mão. Você pega mão, tenta guiar pelo caminho, tenta apontar as coisas que não tão legais e aí você tem que ter a percepção também de dar um basta nessa história", completou Maju.
Questionada por Fábio Porchat, ela deu "dicas" as mulheres quanto ao assunto e comentou a grande quantidade de homens 'feministos' que tem aparecido.
"Não sei se é epidemia, não sei quantificar. Mas acho que nós mulheres, temos que tá com a lente bem afiada, olhar bem apurado pra desmascarar o feministo. Cabe a nós não cair no conto. Sacou que o cara não tá agindo do jeito que ele tá pregando, dá o fora. Isso vale pro feministo, pro afro conveniente", contou Maju, acrescentando que acha importante, ajudar estas pessoas a melhorar.
"Eu acho melhor um feministo bem intencionado, que dá aquela escorregada e a gente pode dar um toque e ele pode deixar de lado certos comportamentos machistas."
Notícias em tempos de pandemia
Maju conversou também sobre a responsabilidade de ser a portadora de notícias durante uma pandemia e contou que a forma não mudou, mas a intensidade sim.
"Não mudou a maneira, mudou a intensidade. Eu lidava com um cardápio que era pesado, mas com a pandemia a gente fincou o pé na doença, na morte, quase todo dia. É uma intensidade, uma carga tão forte de notícias ruins, que mudou a maneira de lidar com essas notícias ao final da jornada. Como que você faz isso de uma maneira que não fique piegas? Porque você não pode entrar na notícia de uma maneira que você se abale, mas também não pode ser de uma maneira que pareça muito distante. É muito difícil", contou Maju.
A jornalista revelou ainda como tem feito para suportar esse peso em meio a um período tão complicado. Dentre outras formas, Maju tem feitp meditação.
"Eu medito, faço terapia, a gente que faz parte (do jornalismo), você já tem uma armadura. Agora nesse tempo brabo é meditação e um pouco de afastamento. Assisto o noticiário, leio o jornal, mas chega uma hora no dia que eu me afasto ou eu não aguento", desabafou a apresentadora do Jornal Hoje.
Maju também criticou as fake news e a forma como isso torna mais complicado o trabalho do profissional responsável pelas notícias diárias, especialmente em meio a pandemia.
"Tem sido mais doloroso pra mim lidar com as fake news, esse trabalho é desgastante e é dolorido quando você percebe que pessoas escolarizadas, com ensino médio completo, caem no conto da fake news e você tem que desconstruir isso", desabafou a jornalista, acentuando em seguida em como isso acaba desmerecendo todo o trabalho de apuração do jornalista. "Dói, dói na alma."
Glamourização da profissão e campanha do Jornal Nacional
Maju Coutinho aproveitou a presença no programa para comentar a nova campanha do Jornal Nacional, lançada na última quinta-feira, com o objetivo de mostrar o dia a dia dos jornalistas fora do trabalho.
"As pessoas glamourizam tanto o fato de você ser um jornalista de televisão que elas idealizam loucuras. A gente tinha uma amiga do meu marido, que nos chamou pra um jantar na casa dela e ela ficou cheia de dedos se eu comia strogonoff, se eu comia batatinha, porque na imaginação dela, (tinha) esse glamour, que nem é o vendido por mim. Então campanhas como essa mostram o lado humano e tiram o glamour, porque é muito pouco glamour e muita ralação por trás.", contou Maju.
Fiscais de comorbidade
A apresentadora do Jornal Hoje criticou ainda as pessoas que perdem tempo "procurando" a comorbidade das que estão se vacinando, mas que acredita que, na maioria dos casos, isso acontece mais por curiosidade.
"Eu acho que é curiosidade, porque a pandemia trouxe o seguinte. Quase ninguém fala muito sobre o que tem de doença, ai você não sabe. Tenho amigos que eu não sabia que eram hipertensos, tinham asma crônica. Aí eu mesma perguntei, nem foi questionando a vacinação, mas o fato de nunca ter se ligado, se preocupado", falou Maju, acrescentando ainda que não vê mais sentido nessa "fiscalização".
"Eu acredito que lá no começo, quando a vacinação ainda estava pior, ainda não está no ideal, mas estava pior, até acredito que era a nossa obrigação de ficar fiscalizando. Agora, com essa rinha do bem de governadores, cada um competindo pra ver quem vacina mais, que já tá chegando, acho que já não faz mais tanto sentido", finalizou.
O "Papo de Segunda" vai ao ar toda segunda-feira, às 22h30min, no GNT.
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