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Luísa Mell diz que atropelou um homem ao resgatar cachorro em comunidade

Luísa Mell participa do "Que História é Essa, Porchat?", na GNT - Reprodução/GNT
Luísa Mell participa do "Que História é Essa, Porchat?", na GNT Imagem: Reprodução/GNT

Colaboração para o UOL, em São Paulo

02/09/2021 07h48Atualizada em 02/09/2021 09h03

Luisa Mell participou do "Que História é Essa, Porchat?" (GNT) e revelou uma história curiosa de quando atropelou um homem em uma comunidade enquanto ia resgatar um cachorro ferido.

A ativista conversou com Fábio Porchat, Pedroca Monteiro e Rodrigo Pandolfo, e relembrou os momentos tensos que viveu. "Eu sempre vou para todos os lugares resgatar (animais) e nunca meço as consequências. Essa vez eu estava com meu bebê, Enzo, que não tinha nem um ano, eu estava com o celular e chegou desgraça. Era um cachorro ensanguentado, uma coisa pavorosa, que não dava para esperar o dia seguinte. Já era umas nove da noite. Só que eu nunca vou para a roubada sozinho, sempre chamo alguém para ir comigo", começou.

"Aí liguei para o Rafael Leal, que era um dos meus parceiros, 'Rafa, olha a foto do cachorro, pelo amor de Deus, eu não posso ir sozinha'. Ele disse: 'Tá bom, daqui a pouco eu vou, tudo bem'. Veio, me pegou em casa, já era dez horas. Eu estou acostumada a ir de dia, de noite é um pouco mais tenso. De dia, tem lugares que eu chego e falo: 'Oi, sou a Luisa Mell', a pessoa do tráfico deixa, só vim salvar o cachorro'. Mas a noite... Esse lugar era novo", prosseguiu.

Eu sei que estava escuro, e foi ficando muito escuro, e aí, de repente, bum! Do nada, não vi da onde veio, uma moto bateu no carro. Eu sei que era um local muito deserto e de repente começou a aparecer muitos homens. E eu desesperada, porque o moço da moto caiu, e eu: 'Não, peraí, vamos chamar a polícia'. Aí alguém falou: 'Aqui a polícia não entra!'. Eu demorei para me ligar que a polícia nem vem. Eu estava achando que era tipo: 'Ah, coitados, a polícia nem chega aqui'.

Luísa afirmou que não percebeu a enrascada: "E o Rafael começou: 'Você não está vendo que são bandidos? Vamos embora'. Aí veio o bandido maior e eu disse: 'Moço, deixa eu te falar, eu saí da minha casa, deixei meu bebê, para salvar um cachorro que está ferido, como que eu posso deixar uma pessoa ferida?'. E naquele momento eu acho que salvei a minha vida", disse, aos risos.

"Aí ele falou: 'Coloca ele no carro'. O Rafael falou: 'Vai colocar no meu carro?'. Aí todos ajudaram a colocar ele no carro, e fomos para o hospital. 'Não posso ir para o hospital, estou sem documento'. Eu disse: 'Tá bom, vamos para sua casa e você pega o documento'. Aí a gente chega em uma quebrada mais quebrada ainda — e você não pode entrar em todos os lugares — vem todo mundo para cima do carro e eu: 'Calma, tô levando ele que tá machucado, vamos pegar o documento para levar no hospital'", explicou em seguida, arrancando risos da plateia.

Então ele disse: 'Moça, eu não vou para o hospital'. E eu: 'Como assim? Me dá seu telefone'. Depois fui até o outro lado (do bairro) pegar o cachorro, e eu falei: 'Você não sabe, tenho que levar os remédios para o moço', e a mulher: 'É tudo bandido, você está preocupada?'. Eu falei: 'Estou preocupada com o cachorro e com o moço, não importa se é bandido, se ele tá com dor, para mim importa'.

Luisa contou que realmente ligou para o rapaz no dia seguinte. "De manhã eu ligo para o moço e digo: 'Olha, já estou vendo o hospital particular que minha amiga é médica, já falei com minha amiga e ela vai te atender, eu pago'. Ai ele disse: 'Moça, deixa eu te falar. A senhora realmente é muito legal, eu estou vendo que a senhora tem boa intenção, mas eu sou bandido. Não posso ir para o hospital porque eu sou procurado'. Aí eu perguntei: 'Quantos anos você tem?". Ele respondeu: '19'. E eu disse: 'Você não é bandido, você está bandido. Eu podia ser sua mãe!"

Por fim, a ativista explicou como fez para ajudar o homem acidentado: "Vou falar uma coisa aqui que não sei se pode dar complicações, mas ele falou que tinha um médico que podia pagar e que atende os bandidos, e eu paguei", disse.