Sem passaporte de vacina, Marinara Costa é barrada em cinema no Rio
A ex-modelo e atriz Marinara Costa, de 54 anos, foi barrada em um cinema de um shopping localizado no Rio de Janeiro por não possuir passaporte de vacinação, documento necessário para comprovar que a famosa já foi imunizada contra a covid-19 e, portanto, tem permissão para frequentar estabelecimentos fechados do município.
Por meio de seu perfil nas redes sociais, a artista demonstrou indignação pela obrigatoriedade do documento, disse ser um "absurdo" e falou em ditadura. Ainda, ela alega que não chamou a polícia para "não estragar o passeio" em família.
"Chego agora no cinema, vim assistir a um filme com minha família e estão exigindo o passaporte de vacinação", iniciou. "Só que eu sou uma mulher livre, não sou obrigada a apresentar nenhum documento. É um absurdo a gente ser pagador dos nossos impostos e ver nosso direito de ir e vir cerceado", continuou.
Em sua fala, Marinara diz que, em outros lugares do mundo, é "aceitável, mas no Brasil não é o que está acontecendo". A artista alega se tratar de uma "ditadura" e diz que não irão fazer com o Rio de Janeiro "o que fizeram com São Paulo".
"Estou aqui impedida de entrar. Não sou obrigada a me vacinar e tomar vacina nenhuma. Só não vou chamar a polícia para não estragar o passeio com minha família", completou.
Passaporte de vacinação
O passaporte da vacina foi instituído por um decreto do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), no mês passado, e estabelece a exigência do comprovante da imunização contra o coronavírus para entrar em locais fechados, como academias, cinemas, teatros e clubes.
A obrigatoriedade do comprovante da vacina contra a doença é exigido em pelo menos 249 municípios brasileiros, segundo dados da CNM (Confederação Nacional de Municípios).
A medida é criticada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que já chegou a ameaçar vetar qualquer projeto de lei nesse sentido que seja aprovado pelo Congresso Nacional. O chefe do Executivo Federal é negacionista da gravidade da doença, contra as medidas sanitárias recomendadas para evitar a disseminação do vírus - como o uso de máscaras e distanciamento social -, e em várias oportunidades fez críticas às vacinas ou colocou em xeque a credibilidade dos imunizantes.
Ainda em relação à fala de Marinara Costa, a famosa cometeu um equívoco, afinal o passaporte de vacinação não é uma exclusividade do Brasil, e é utilizado em outros países, a exemplo dos Estados Unidos.
Recentemente, quando Jair Bolsonaro viajou à Nova York para participar da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), o mandatário brasileiro e sua equipe precisaram jantar no meio da calçada por não ter comprovante de imunização e, portanto, ser impedido de entrar nos restaurantes nova-iorquinos.
A importância da vacina
O grande consenso dos especialistas médicos quando se trata da vacina contra o coronavírus é: mais do que uma proteção pessoal, se imunizar é um pacto social para diminuir o número de mortes e a gravidade dos casos.
A adoção do passaporte sanitário em cidades do Brasil veio depois de campanhas de sucesso em lugares como a França, que viram a quantidade de vacinados crescer depois de restringir o acesso de certos locais, como bares e eventos, apenas a quem se imunizou.
Um estudo preliminar publicado este mês sugere que a vacinação contra covid-19 barrou o avanço das variantes gama e lambda no país.
Até ontem, 89.995.594 brasileiros haviam recebido a segunda dose ou a dose única de imunizante, o equivalente a 42,19% da população nacional.
Segundo o boletim epidemiológico mais recente da secretaria municipal de Saúde do Rio, 99,8% dos moradores da cidade com mais de 18 anos já foram vacinados com a primeira dose ou a dose única.
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