Miss Ilhabela denuncia importunação sexual em corrida; motorista é preso
A Miss Universo Ilhabela 2021, Ariana de Melo, denunciou a importunação sexual durante uma corrida por aplicativo feita na terça-feira (19) entre São Paulo e Barueri, na Região Metropolitana.
Ela foi importunada pelo motorista do aplicativo 'inDriver', de 52 anos, ouvindo xingamentos e sendo tocada por ele, de acordo com depoimento dado ao '1º Jornal" da Band e ao "Cidade Alerta" da RecordTV.
A SSP (Secretaria de Segurança Pública) confirmou ao UOL que o motorista foi preso em flagrante por importunação sexual após Ariana fazer o registro na delegacia.
A vítima, que foi assediada pelo autor durante uma corrida por aplicativo, acionou a Polícia Civil e registrou os fatos. Agentes do Garra/Dope seguiram em diligências e localizaram o homem que foi conduzido à 1ª Delegacia de Capturas do DOPE, onde a prisão foi formalizada. O autor permaneceu à disposição da Justiça. SSP
Ariana representou o município litorâneo de Ilhabela no concurso Miss Universo São Paulo. Ela disse que pediu a corrida e o condutor, identificado pela Band como Rogério Conceição, começou a fazer perguntas.
Quando a estudante disse que era modelo, ele proferiu palavras com teor sexual. Ariana contou que ele chegou a tocar em seu corpo.
Pedi para descer, não deixou. Passou a mão em mim, no meu peito, na perna. Quando comecei a gritar por socorro, ele abriu a porta e sai correndo. Ele só me libertou porque era uma rua movimentada e estava quase de frente da minha casa. Ariana de Melo ao 1º Jornal
Ela contou que só conseguiu sair do carro após gritar por socorro. A viagem durou cerca de 50 minutos.
Assim que notou o comportamento abusivo, Ariana pediu para encerrar a corrida.
Nisso que eu falo que era modelo, tava com faixa e coroa na minha mão, ele começou a se insinuar. Ele se mostrava abusivo. Ele usou a palavra gostosa e pedi para parar o carro e ele disse que me levaria até em casa. Perto de casa ele travou as portas e não deixou sair. Passou a mão no meu rosto, no meu peito e na minha perna. Fiquei nervosa e ele não deixou eu sair do carro. Comecei a bater forte e chamar a polícia, as pessoas correram em direção ao carro e aí ele soltou a trava da porta. Ele falou que enquanto não conseguisse o que queria, não deixaria eu sair do carro. Foi por volta de 13h da tarde. Mesmo eu tendo pago a corrida já, ele não deixou eu sair do carro. Não queria denunciar, entrei dentro de casa com muita vergonha. Ariana de Melo ao 'Cidade Alerta'
Em 2018, importunação sexual virou crime com pena prevista de um a cinco anos de prisão. A importunação sexual foi definida como a prática de um ato libidinoso na presença de alguém, sem que essa pessoa tenha dado consentimento.
Ariana lamentou o ocorrido nas redes sociais e incentivou mulheres a denunciar.
Ainda estou extremamente abalada e com minha honra e moral profundamente destruída, com sensação de impotência que não imaginava ser tão dolorida. Mas com o apoio dos amigos, com fé na justiça e por todas mulheres que passam diariamente por isso me superei e busquei as autoridades para que sejam tomadas todas as providências para que não haja impunidade. Mas uma rigorosa punição, que sirva de sinal, de aviso, que fatos como este não podem mais repetir. Não é possível uma mulher não poder se deslocar em paz, sem ser submetida de maneira primitiva com olhares, palavras e outras graves agressões à integridade física e moral. Ariana de Melo
Em 2019, houve 8.068 registros ocorrência com crimes envolvendo a nova lei de importunação sexual.
Denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 180 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — a Central de Atendimento à Mulher, que funciona em todo o país e no exterior, 24 horas por dia. A ligação é gratuita. O serviço recebe denúncias, dá orientação de especialistas e faz encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico. O contato também pode ser feito pelo WhatsApp no número (61) 99656-5008.
A denúncia também pode ser feita pelo Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e a página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.
Caso esteja se sentindo em risco, a vítima pode solicitar uma medida protetiva de urgência.
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