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Mauricio Stycer

CNN Brasil estreia com a promessa de fazer jornalismo independente

Apresentadores da CNN Brasil reunidos na festa de lançamento do canal - Divulgação
Apresentadores da CNN Brasil reunidos na festa de lançamento do canal Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

15/03/2020 05h01

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O que esperar da CNN Brasil, que estreia neste domingo (15), às 20h, nas principais operadoras de TV por assinatura, no canal 577? Esta é uma questão que intriga especialistas em mídia desde janeiro de 2019, quando os planos do canal foram anunciados. A festa de lançamento, nesta segunda (9), em São Paulo, trouxe alguns dados novos.

O sócio majoritário da franquia, o empresário Rubens Menin, da MRV e do Banco Inter, discursou na cerimônia. "Queremos fazer história no jornalismo brasileiro", disse. Ele apresentou três razões para o investimento que está fazendo no canal (estima-se em R$ 300 milhões).

Segundo Menin, um canal de notícias pode ajudar o Brasil a eliminar obstáculos e gargalos que atrapalham o desenvolvimento econômico. Também pode ter um papel na retenção de talentos que deixam o país todo ano em busca de oportunidades no exterior. E, por fim, disse, pode ajudar a promover projetos de filantropia.

Menin falou bastante sobre filantropia. Apresentou dados sobre esta prática nos Estados Unidos e no Reino Unido em comparação com o Brasil, onde ela representa pífios 0,2% do PIB. Revelou que investiu R$ 50 milhões em filantropia nos últimos cinco anos e pretende investir R$ 100 milhões nos próximos cinco.

Na cerimônia de lançamento também foi esclarecido o número de jornalistas envolvidos no projeto: são 160. É menos do que foi divulgado inicialmente (200). É um time liderado por Douglas Tavolaro e estrelado por grandes nomes, com experiência na Globo e na Record, como Monalisa Perrone, William Waack e Reinaldo Gottino.

A festa foi prestigiada pelas principais autoridades do país: o presidente em exercício, Hamilton Mourão, o presidente do STF, Dias Tofolli, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Também compareceram os governadores de São Paulo, Rio, Minas e Distrito Federal.

Não é incomum isso ocorrer em grandes eventos de mídia, mas mostra que o projeto está sendo enxergado com seriedade. Em discursos curtos, os representantes dos três poderes enfatizaram a importância de uma imprensa livre e independente - não houve menções aos frequentes ataques do presidente Jair Bolsonaro a órgãos de imprensa.

Os executivos de duas empresas que já se comprometeram a anunciar na CNN Brasil, Santander e Ciello, discursaram na cerimônia. Apesar de presentes, representantes das operadoras de TV por assinatura que vão "carregar" o canal (Claro/Net, Sky, Vivo e Oi) não falaram em público.

A grade de programação deixa claro, como se esperava, que o canal aposta no noticiário ao vivo e quente. De segunda a sexta, são nove programas, entre 6h e 23h. Somando-se a alguns boletins de madrugada, a CNN Brasil ficará ao vivo diariamente por 17 horas e 30 minutos.

Tavolaro repetiu a informação que deu em janeiro de 2019, ao anunciar o projeto. "A CNN Brasil não será nem de esquerda nem de direita. Nosso negócio é o jornalismo profissional", disse. Também falou muito sobre as plataformas digitais; o canal vai estrear na internet duas horas antes de chegar à TV.

Questionado pela Folha sobre como um canal novo vai sobreviver num mercado em nítida retração como o da TV por assinatura, Tavolaro disse: "A CNN Brasil não é apenas um canal de TV por assinatura. Vamos atuar na TV por assinatura, no streaming, nas redes sociais e na internet. É uma emissora de jornalismo multiplataforma, moderna, com programação presente em todas as telas, sobretudo no digital. Estamos prontos para enfrentar as mudanças atuais da indústria de mídia".

Agora é ver o canal no ar.

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