Só em caixinhas de audiência, GfK pode perder mais de R$ 35 mi no Brasil
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
O fim da divisão da GfK de medição de audiência representou não só a perda de emprego de quase 150 brasileiros num só dia, mas deve também produzir enormes prejuízos em infra-estrutura para a empresa alemã.
Segundo dados obtidos pela coluna, somente nas famosas caixinhas de medição de audiência que a GfK instalou país afora, o prejuízo pode passar de US$ 10,8 milhões (cerca de R$ 35 milhões).
A GfK tinha já instaladas cerca de 12 mil caixinhas em pouco mais de 6.000 domicílios espalhados pelas 15 maiores regiões metropolitanas do Brasil.
Havia ainda outros 6.000 equipamentos já adquiridos e que deveriam ser instalados nos próximos meses, num reforço e refinamento de medição já prometidos pela empresa aos seus clientes.
Cada equipamento chegou ao país com um custo médio de US$ 600.
A dúvida agora é se a GfK vai abandonar suas caixinhas de medição de vez ou vai investir mais milhões para ir buscá-las de domicílio em domicílio. A provável opção é deixá-los para trás.
Se for buscar, a estimativa de um especialista em tecnologia ouvido pela coluna (pede anonimato) é que a visita a cada residência e retirada do aparelho custaria no mínimo outros US$ 400.
Ou seja, isso representaria um custo extra de US$ 2,4 milhões (R$ 7,60 milhões).
Todos os equipamentos retirados, para serem novamente usados pela empresa, teriam de ser reconfigurados um a um, num gasto adicional de outros cerca de US$ 9 milhões (R$ 28 milhões).
Além disso, até que todo o processo esteja concluído, é possível que as caixinhas já estejam superadas tecnologicamente por novos modelos.
Eis o motivo para que provavelmente a empresa opte em “esquecer” as caixinhas instaladas (que não estão funcionando desde 12h do dia 21, conforme esta coluna antecipou).
Essa sério problema de custos e logística é o que faz com que operadoras de TV paga se habituem a “abandonar” equipamentos nas casas dos assinantes.
E TEM MAIS
Esses milionários gastos dos equipamentos de medição vão se somar ao custo de outros milhões de dólares para a remoção de “centrais” de medição espalhadas pelo Brasil --espécie de “bunkers” tecnológicos dedicados a captação, tabulação e reenvio de dados.
Esses equipamentos de ponta, que custam milhões de dólares, são como imensos servidores que precisarão ser desmontados, “limpos” e atualizados, antes de provavelmente serem enviados para outros países do mundo onde a GfK estiver prestando serviço.
Cada etapa desse processo tem um elevado custo.
E não se pode esquecer ainda que a empresa alemã se vê agora envolvida num processo milionário movido por suas principais ex-clientes --Record, SBT e RedeTV!-- que exigirão indenização por danos materiais e quebra de contato.
OUTRO LADO
Procurada, a assessoria da GfK ainda não se manifestou sobre o assunto. Se e quando o fizer, terá sua versão incluída neste texto.
Em nota oficial divulgada semana passada, a empresa alemã alegou que o "cenário brasileiro tornou a continuidade dos trabalhos da divisão de medição de audiência insustentável".
Leia mais
Exclusivo: TVs declaram guerra e vão mover processo milionário contra a GfK
GfK diz que cenário no Brasil tornou medição de audiência "insustentável"
GfK acabou, mas deixou de legado um ibope melhor, diz vice da RedeTV!
Colunista no Twitter, no Facebook ou no site Ooops!
Colunista no Twitter, no Facebook ou no site Ooops!
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.