Giuliana Marrone vs Garcia: Relembre áudios polêmicos vazados da TV

O áudio vazado de uma conversa entre a jornalista Giuliana Marrone e Gerson Camarotti, na qual ela diz que o ex-colega de Globo Alexande Garcia "está gagá", causou alvoroço entre o público. Mas o episódio está longe de ser o primeiro em que uma personalidade da TV se vê no meio de uma polêmica por conta de um vazamento.

Relembre os áudios que vazaram na televisão e causaram controvérsia:

Phelipe Siani

O mais recente ocorreu há poucos dias. O âncora da CNN Phelipe Siani apresentava a edição de domingo do programa "Breaking News", quando começou a ser exibida uma reportagem sobre um possível lockdown devido ao novo coronavírus e como isso poderia afetar a população pobre. Foi quando vazou um comentário de Siani.

"Se o Covas decretar o lockdown eles se fodem, porque já começa um papo de flexibilização e os caras decretam....", disparou ele, sem perceber que já estava sendo gravado de novo. O áudio foi então cortado e o programa seguiu para intervalo comercial.

Chico Pinheiro

Outro caso polêmico envolveu o jornalista Chico Pinheiro. O âncora do "Bom dia Brasil" teve um áudio particular vazado, no qual defendia o ex-presidente Lula e se mostrava contra sua prisão. "O fetiche deles era Lula na cadeia. Que o Lula tenha calma e sabedoria, inspiração divina para ficar quieto onde ele está", declarou Chico.

De acordo com "Notícias da TV", parceiro do UOL, o áudio causou mal-estar dentro da Globo, e levou o diretor de jornalismo da emissora, Ali Kamel, a mandar um comunicado interno para que jornalistas não manifestassem publicamente suas preferências políticas.

William Waack

Em uma das maiores polêmicas recentes da Globo, William Waack teve uma declaração vazada que lhe custou o emprego. Em um vídeo vazado nas redes sociais, William Waack conversava nos bastidores pouco antes de uma entrada ao vivo de Washington (EUA), na cobertura da vitória de Donald Trump na eleição presidencial. Foi quando ele começou a xingar um motorista que passava e fez um comentário racista.

"Deve ser um, com certeza, não vou nem falar de quem, eu sei quem é, sabe o que é? Preto, né? É coisa de preto com certeza", disse Waack.

O comentário gerou uma onde de revolta e indignação entre espectadores e, meses depois, Waack teve seu contrato com a Globo rescindido.

Reunião do "A Tarde é Sua"

Em uma reunião tensa, a irmã de Sonia Abrão, Margareth, uma das responsáveis pela Câmera 5, produtora responsável pelo "A Tarde é Sua", que é transmitido pela RedeTV!, informou à equipe fixa do programa que não havia previsão de quando eles receberiam seus salários, por conta de uma atraso da RedeTV!.

O problema foi que alguém gravou a reunião, e o áudio vazou como uma bomba, com a direção da emissora instaurando uma verdadeira caçada para saber quem havia vazado a gravação. Isso instaurou uma crise interna no programa, que resultou na demissão do colunista Guilherme Beraldo. O jornalista Felipeh Campos chegou a ser apontado como o vazador do áudio e se defendeu nas redes sociais, dizendo que estava sendo vítima de um complô de Beraldo. Mais tarde, Beraldo deixou a atração.

Fátima Bernardes

A apresentadora do "Encontro" passou por uma saia justa na transmissão da Globo dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial em 2016. A transmissão começou quando a Vila Isabel, mas Luis Roberto e Fátima Bernardes foram impedidos de narrar os momentos finais.

"Faltam duas alegorias. Isso não vai ser narrado para Globo? Pro compacto?", perguntou Luis Roberto, que realizava a cobertura ao lado de Fátima, em um áudio vazado. A resposta não podia ser ouvida, mas parecia ter sido "não", tendo em vista a resposta de Fátima.

"Nossa, se o compacto ficar sem esse final vai ficar muito estranho", declarou Fátima no áudio. Realmente, a Globo acabou exibindo o compacto da escola sem o final do desfile.

Roberto Justus

O apresentador do "Aprendiz" causou uma enorme polêmica quando teve um áudio vazado. Em um grupo de WhatsApp, ele refutou um vídeo compartilhado por Marcos Mion, que afirmava que o número de mortos no Brasil por conta do coronavírus poderia chegar a 1 milhão. "Histeria desproporcional", declarou ele.

Mais tarde, Justus reiterou sua posição: "As pessoas me acusaram de debochar dos mortos. Doze mil é muito. Uma morte é muito, qualquer morte é muito. Agora, 12 mil mortes em sete bilhões de habitantes é muito pouco para criar essa histeria coletiva que foi criada no mundo. No Brasil, são 25 mortes lamentáveis, mas também é muito pouco para 210 milhões de habitantes".

Escândalo das parabólicas

Um caso histórico e uma das maiores polêmicas já provocadas por vazamento de áudio no Brasil. Em 1994, o jornalista Carlos Monforte gravava uma entrevista com o então ministro da Fazenda, Rubens Ricupero para o Jornal Nacional. Depois, eles aproveitaram para gravar outra entrevista para o Jornal da Globo.

Acontece que, durante o intervalo, enquanto técnicos arrumavam o equipamento, o sinal da transmissão continuou sendo captado por parabólicas ao redor do país, uma vez que o canal de satélite usado pela Embratel permaneceu aberto.

Durante a conversa vazada, Ricupero soltou comentários como "Eu não tenho escrúpulos, o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde", além de dizer que dar entrevistas para a Globo seria bom para o então candidato à presidência Fernando Henrique Cardoso. O estrago estava feito: o vazamento foi um escândalo, a Globo precisou se explicar, e Ricupero perdeu seu cargo.