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JN festeja 50 anos num momento de aposta em jornalismo e crise econômica

Mauricio Stycer

01/09/2019 04h58

William Bonner e Renata Vasconcellos, os atuais apresentadores do Jornal Nacional

O "Jornal Nacional" comemora neste 1º de setembro os 50 anos de sua primeira edição, exibida em 1969. Por ironia, o aniversário caiu num domingo, único dia em que o telejornal não é exibido. Ainda assim, há muitos motivos para festejar a data.

O JN nasceu embalado por uma revolução tecnológica promovida pela ditadura militar, um sistema integrado de micro-ondas, que permitiu irradiar o sinal de TV de Norte a Sul do país ao mesmo tempo. Por outro lado, desde o início foi submetido à censura, como outros veículos de comunicação.

Posicionado entre duas novelas, o telejornal conquistou audiência e ganhou importância. O investimento da Globo em jornalismo ajudou a torná-lo relevante e referência para os concorrentes.

Estes 50 anos de história são repletos de episódios polêmicos, coberturas tímidas de fatos importantes, acusações de enviesamento político, mas também de grandes furos de reportagem, investigações sérias e denúncias graves.

Do ponto de vista formal, o JN é um telejornal convencional, com dois apresentadores lendo notícias sem opinar. Na primeira parte de sua história, até 1996, a tarefa cabia a locutores, sem vínculo com a produção do noticiário. A partir do ano seguinte, passou a ser apresentado por jornalistas.

Os 50 anos do JN serão festejados pela Globo com o lançamento de um livro sobre a história do telejornal. Na bancada, aos sábados, pelos próximos três meses, vão passar apresentadores de afiliadas da emissora de todos os Estados, mostrando a diversidade e o alcance do programa.

Márcio Bonfim (PE) e Cristina Ranzolin (RS) apresentaram o JN neste sábado (31/8)

Este aniversário do JN ocorre num momento ambíguo. Por um lado, todas as emissoras de televisão sofrem as consequências da crise econômica e "enfrentam dificuldades gigantescas", como disse esta semana o jornalista Boris Casoy, âncora do RedeTV News.

Por outro lado, são visíveis os investimentos em telejornalismo. Vem aí a CNN Brasil, com cerca de 700 funcionários, quase todos os canais de TV aberta estão ampliando o horário matinal dedicado a seus telejornais e há um consenso de que o jornalismo é uma das principais armas capazes de manter o telespectador ainda ligado à televisão.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.