Topo

Com cantoria e selfies, homenagens a Gugu não param durante a madrugada

Fãs se despedem de Gugu em velório - Jardiel Carvalho/UOL
Fãs se despedem de Gugu em velório Imagem: Jardiel Carvalho/UOL

Lucas Borges Teixeira

Colaboração para o UOL, em São Paulo

29/11/2019 06h35

As homenagens a Gugu Liberato não pararam na madrugada de hoje. Os fãs continuaram a ir ao velório do apresentador, realizado desde ontem na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), durante toda a noite.

Em uma madrugada fria na capital paulista, o tom de quem esperava na fila, já reduzida, era de emoção e curiosidade. À frente do corpo, cada um agia à sua maneira para homenagear o apresentador. Muitas pessoas choravam e mandavam beijos, tentando tocá-lo. Aos gritos, um jovem agradeceu "por tudo o que fez pela TV" e disse que ele agora estava "junto a Deus". Depois do depoimento, cantou e coreografou o sucesso "Meu Pintinho Amarelinho". Houve quem puxasse palmas ao encarar o caixão.

Também havia curiosidade sobre quais celebridades estavam ou tinham passado por ali (o nome de Silvio Santos foi, de longe, o mais citado). Os fãs liam os nomes nas coroas de flores e retratavam tudo. A grande maioria tirava selfies - um visitante chegou até a fazer transmissão ao vivo.

A fila, que chegou a mais de quatro horas de espera durante a tarde, começou a diminuir a partir da 1h. A presença de famosos também reduziu na madrugada. Os apresentadores Ratinho, Leão Lobo e Sergio Malandro chegaram por volta das 0h. Um pouco mais tarde, às 2h, foi a vez do cantor Belutti, da dupla com Marcos, e do ex-Polegar Ricardo Costa, amigo de Gugu.

Às 2h30, o acesso já estava livre, com um fluxo muito pequeno. A facilidade atraiu até quem estava trabalhando no evento mais cedo, como ambulantes, garis e funcionários da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).

Alaide Costa, 54, aproveitou a redução do movimento para ver o corpo pela segunda vez. "A gente fica três horas para ver rapidinho, o segurança já mandava a gente andar", reclamou. "Agora deu para ver melhor. Muito emocionante."

A aposentada Josefa Dias, 67, também estava emocionada. Chegou ao velório pouco depois das 3h, depois de quase seis horas de viagem. "Assim que soube, fiz meu cunhado me trazer. Quando vi ele ali deitado, tão bonito, quase desmaiei", contou, com olhos marejados. Ela deve dormir na casa de uma parente e pretende ir ao enterro. "É o último adeus, né?"

Às 4h, as cerca de vinte pessoas que ainda estavam no saguão foram retiradas para que o corpo fosse maquiado. A pausa durou cerca de uma hora e, às 5h, o movimento foi retomado, ainda de forma tímida.

Além dos madrugadores, algumas pessoas decidiram por esse horário para poder se despedir do apresentador antes de ir para o trabalho. Outras, como o bancário aposentado João Álvaro, 57, acabaram ali por acaso. Morador da região, ele fazia sua corrida matinal quando se deparou com o velório. "Não tinha fila, decidi entrar", falou, com calma.

O corpo de Gugu será velado até as 10h na Alesp. Segundo a assessoria de imprensa, às 9h a fila de fãs será encerrada e as pessoas que não conseguiram entrar poderão acompanhar a saída do corpo a partir da Avenida Pedro Álvares Cabral, ao lado da Assembleia. Haverá uma oração reservada à família antes da ida para o cemitério.

Depois, o cortejo deve levar o corpo em caixão aberto, caso não chova, em um carro do Corpo de Bombeiros até o Cemitério Gethsêmani, na zona sul da capital. Taxistas e familiares seguirão o cortejo em carreata.

A morte de Gugu Liberato foi anunciada pela família na última sexta-feira (22), após o apresentador sofrer um acidente doméstico dois dias antes. De acordo com nota oficial, ele teve uma queda acidental de uma altura de cerca de quatro metros quando tentava fazer um reparo no ar condicionado instalado no sótão de sua casa, em Orlando (EUA). Ele teve morte encefálica.