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Na Globo, Aguinaldo Silva teve atritos com Walcyr Carrasco e criticou trama

Aguinaldo Silva - Reprodução/Instagram
Aguinaldo Silva Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, no Rio

03/01/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Após Globo não renovar contrato com Aguinaldo Silva, UOL lista atritos do autor
  • Escritor criticava tramas de colegas da emissora
  • Aguinaldo tinha um atrito antigo com Walcyr Carrasco, quem ele já acusou de copiar história sua

Aguinaldo Silva não teve seu contrato renovado com a Globo. A notícia foi dada pelo próprio grupo em um comunicado disparado à imprensa, nesta quinta-feira (2), dizendo que o autor não tinha obras previstas na emissora. Muito polêmico, Aguinaldo costuma opinar sobre tudo e todos nas redes sociais e em seu blog. O UOL fez uma seleção dos comentários mais ácidos do ex-global criticando tramas da casa e dos atritos dele com Walcyr Carrasco.

"É melhor levar uma surra da sinceridade do que um abraço da falsidade", diz um dos posts de Aguinaldo no Twitter.

Em 2015, o autor detonou os colegas que iniciam as novelas com cenas gravadas fora do Brasil.

"O que eu acho ridículo é essa mania idiota de começar a novela no exterior, às vezes no c.. do mundo, tipo Nepal, cujo único charme real, além da altitude asfixiante, é que todo mundo caga na rua", disparou ele, sem se referir a nenhum folhetim específico, mas os internautas atribuíram a crítica a Joia Rara (2014), gravada no Nepal.

No mesmo ano, Aguinaldo atacou Walcyr em seu blog chamando a novela Amor à Vida (2013) de "bosta". A treta entre os dois teria começado quando Aguinaldo acusou Walcyr de "roubar" a ideia da mãe humilde que sofre com o filho, retratada por ele em Fina Estampa (2011), nos personagens de Lilia Cabral e Caio Castro. Walcyr supostamente repetiu a história com Cássia Kis Magro e Klebber Toledo, em Morde e Assopra (2011).

Em entrevista à revista Caras, Aguinaldo Silva explicou como os dois autores tentaram pacificar o problema.

Aguinaldo Silva - TV Globo/Divulgação  - TV Globo/Divulgação
Aguinaldo Silva
Imagem: TV Globo/Divulgação
"Houve um momento em que a TV Globo disse que ele (Walcyr Carrasco) tinha que tirar a história da novela dele, isso foi pedido pelo Manoel Martins (diretor-geral de Entretenimento da Globo). Daí ele se reuniu comigo para jantar e criar um jeito para as duas histórias ficarem diferentes. Isso aconteceu perante duas testemunhas. Nós acertamos os detalhes de como ele deveria fazer para afastar a história dele da minha, mas ele não fez nada do que combinamos", acusou Silva.

Em entrevista ao parceiro do UOL Daniel Castro, Walcyr se defendeu das acusações de Aguinaldo na época. "Não existe ideia original em dramaturgia. Essa história me marca muito, desde criança, quando assisti a um filme americano em que a filha rejeitava a mãe negra", justificou.

Em 2018, Aguinaldo voltou a mandar indiretas a outros autores no Twitter ao falar de uma cena de O Sétimo Guardião (2018) em que Valentina (Lilia Cabral) dá uma tesourada em Olavo (Tony Ramos). Ele afirmou que o ataque com tesoura foi lançado por ele, em a Senhora do Destino (2004), pela personagem Nazaré Tedesco (Renata Sorrah).

"Lembrem-se que a pioneira no uso da tesoura foi Nazaré Tedesco, em Senhora do Destino (2004). Depois disso ela teve várias seguidoras. O objetivo de Valentina ao 'tesourar' Olavo é prático e objetivo: ela quer provar para ele que a água da fonte tem propriedades curativas", postou ele dando um spoiler de seu último folhetim do horário nobre.

Algumas pessoas chegaram a relacionar a indireta para Walcyr, já que em O Outro Lado do Paraíso (2017), a vilã Sophia, interpretada por Marieta Severo, matou seus desafetos com uma tesoura.

À coluna de Leo Dias, no UOL, Carrasco esclareceu sua relação com o rival. "Encontrei com ele e, como sou uma pessoa educada, eu o cumprimentei. A quizumba foi dele, não minha. Eu apresentei a minha sinopse [de Morde e Assopra], ela foi aprovada e [a novela] foi ao ar antes da dele. Ele fez a quizumba de achar que eu poderia ter roubado a história dele. Como eu poderia fazer isso se eu estava antes no ar?", defendeu-se o escritor.

Também no Twitter, em 2018, Aguinaldo também criticou os textos alheios ao se defender de críticas de O Sétimo Guardião. Na ocasião, ele disse preferir morrer a escrever novelas com palavrões.

"Leio um comentário sobre O Sétimo Guardião e fico pasmo, pois nele alguém critica a novela dizendo que ela 'é muito sofisticada'. Gente, antigamente isso era um elogio! Querem o quê? Uma novela no estilo 'me solta, porra'? Se tiver que escrever algo assim prefiro a morte!", publicou.

Como autor, Aguinaldo Silva aparece creditado em 14 títulos da emissora: Partido Alto (1984), O Outro (1987), Vale Tudo (1988), Tieta (1989), Pedra Sobre Pedra (1992), Fera Ferida (1993, A Indomada (1997), Suave Veneno (1999), Porto dos Milagres (2001), Senhora do Destino (2004), Duas Caras (2007), Fina Estampa (2011), Império (2014) e O Sétimo Guardião (2018). Ainda na emissora, o dramaturgo também é creditado como coautor e supervisor em obras importantes, como Roque Santeiro (1985) e Meu Bem Querer (1998).