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Segunda voz de Britney revela que cantora era maltratada em turnê de 1999

Britney Spears em foto publicada nas redes sociais - Reprodução/Instagram
Britney Spears em foto publicada nas redes sociais Imagem: Reprodução/Instagram

Colaboração para o UOL, em São Paulo

24/06/2021 10h45

Kelly Clinger trabalhou como backing vocal de Britney Spears em 1999. No Twitter, a cantora afirmou que o pai de Britney merece ser responsabilizado por suas ações contra a filha.

"Britney merece mais do que liberdade. Ela merece amor incondicional, pessoas ao seu redor que a tratem como um ser humano e não como uma coisa, e seu pai deve ser responsabilizado por suas ações", escreveu, acrescentando uma hashtag que pede liberdade para Britney.

Em seguida, Kelly publicou um vídeo em que mostra um ensaio ao lado de Britney ao fim da década de 90 e relatou ter testemunhado maus tratos à cantora pop.

"Eu vi muita coisa naqueles primeiros anos e talvez seja a hora de todo esse grupo que testemunhou a forma como ela era tratada usar nossas vozes para algo que não seja hashtags. Eu vou primeiro", declarou.

Estou organizando meus pensamentos. Algumas das coisas que tenho a compartilhar são realmente difíceis de falar. Também estou conversando com outras pessoas que trabalharam com ela sobre coisas que viram. O fio (relato em vários tweets no Twitter) tá chegando.

#FreeBritney

Ontem, Britney Spears testemunhou em audiência e pediu o fim de sua tutela. Ela está desde 2008 sob a tutoria do pai, Jamie Spears.

Eu menti e disse ao mundo inteiro que estou bem e estou feliz. É mentira, eu pensei que talvez eu ficasse se dissesse o suficiente. Eu estive em negação, em choque, estou traumatizada. Agora estou dizendo a verdade, ok? Eu não estou feliz, não consigo dormir. Estou com tanta raiva, é uma loucura, eu estou deprimida. Choro todos os dias. [...] Quero ser ouvida, quero mudanças, eu mereço mudanças. disse Britney

Em uma declaração lida por 24 minutos, Britney afirmou que foi forçada a fazer uma turnê em 2018, como expôs o The New York Times nesta semana.

Ela também se queixou de não poder andar sozinha de carro com o namorado e afirmou que teve sua medicação mudada para uma à base de lítio após se negar a fazer um show.

Britney contou ainda que deseja ter mais filhos, mas não teve permissão de seus tutores para retirar o DIU, nem para se casar novamente.

"Eu mereço ter uma vida, eu trabalhei minha vida inteira. Eu mereço uma pausa de dois a três anos. Me sinto aberta e estou bem para falar com você sobre isso. Me sinto cercada, intimidada, deixada de fora e sozinha. Eu cansei de me sentir sozinha. Mereço ter os mesmos direitos, ter um filho ou qualquer uma dessas coisas", pediu ela.

Entenda o caso

Jamie Spears, pai de Britney, tem sua tutela desde 2008, ou seja, é ele quem dá a palavra final em várias decisões da vida da artista como, por exemplo, se ela se casará ou não. O arranjo legal começou devido às preocupações com a saúde mental de Britney, que foi hospitalizada duas vezes em 2008 na ala psiquiátrica de um hospital.

Desde então, o pai de Britney e um advogado assumiram o controle de seus assuntos pessoais e comerciais. A cantora tentou remover o pai da posição de seu tutor em 2020, mas um juíz negou e estendou a tutela até setembro de 2021. Fãs da artista chegaram a fazer um movimento chamado "Free Britney" pelo fim da tutoria.

Em fevereiro, o The New York Times lançou um documentário chamado "Framing Britney Spears: A Vida de uma Estrela", que mostra os altos e baixos da carreira de Britney e detalhes da tutela da cantora, o que reacendeu as polêmicas em torno do assunto.

Segundo registros judiciais confidenciais obtidos pelo The New York Times e publicados nesta semana, a cantora vem tentando encerrar a tutela há anos, expressando forte oposição ao arranjo e ao papel do pai como tutor há anos.