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Alerta Nacional: Sikêra Jr cria empresa falsa para caçar críticos: 'Otário'

O apresentador Sikêra Jr. no "Alerta Nacional" - Reprodução/RedeTV!
O apresentador Sikêra Jr. no "Alerta Nacional" Imagem: Reprodução/RedeTV!

Colaboração para o UOL, em São Paulo

23/07/2021 19h49Atualizada em 24/07/2021 00h02

Sikêra Jr, de 55 anos, decidiu anunciar no programa "Alerta Nacional", da RedeTV", produtos de uma ótica de nome Tambaqui. Dias depois, no entanto, o apresentador revelou ao público que criou a empresa falsa para descobrir quem são as pessoas que estão fazendo com que os patrocinadores desistam de anunciar na sua atração.

Durante a edição de ontem do programa, Sikêra contou detalhes da ideia de criar a empresa de fachada para caçar seus críticos e prometeu acionar a Justiça contra todos por estarem prejudicando seu trabalho.

"Vocês lembram da Óticas Tambaqui, que a gente anuncia aqui? E ontem a gente sorteou uma agenda. Deixa eu dizer uma coisa para vocês? (...) Essa Ótica não existe. Eu criei essa ótica. Isso se chama isca e um monte de lacrador foi pra lá, mandando (mensagem) no WhatsApp, dizendo que nunca mais botava o pé nessa ótica. Como, se não existe? Como vocês são satânicos, ruins, malignos. Como vocês mentem? Por isso que vocês não tem nada na vida... Essa ótica nunca existiu. Um fake lindo do jeito que vocês gostam", declarou.

"Um bando de otário, massa manipulada, massa de manobra foi todinho pra lá. Meteu pau em mim. O bom é que eu peguei todos os números de WhatsApp, aí fica mais fácil de achar. Instagram é mais fácil de falsificar, né? Pelo WhatsApp não. Agora eu lhe acho. E a gente vai ter que dividir o prejuízo. Você contratando seu advogado já é lucro pra mim. Obrigado, Brasil. Eu vou até registrar esse nome", disse o apresentador, acrescentou.

No fim de junho, Sikêra Júnior, chamou a atenção do público ao descrever o movimento LGBTQIA+ como "raça desgraçada". Após perder contratos com anunciantes e causar revolta no país, ele se desculpou pelas palavras utilizadas, mas disse ainda pensar da mesma forma.

Procurada pelo UOL, a RedeTV! não comentou sobre o caso.

Entenda o caso

Sikêra é acusado de homofobia depois de criticar, no ar, uma campanha da rede Burger King. No comercial, crianças dão seu ponto de vista sobre homossexualidade, ao lado dos seus pais.

"Vocês são nojentos. A gente está calado, engolindo essa raça desgraçada, mas vai chegar um momento que vamos ter que fazer um barulho maior. Deixa a criança crescer, brincar, descobrir por ela mesma. O comercial é podre, nojento", disse Sikêra.

MRV, Tim, HapVida, Magazine Luiza, Nivea e Ford anunciaram que deixarão de patrocinar o programa e outros canais de comunicação do apresentador Sikêra Jr., da RedeTV.

As empresas anunciaram que deixarão de patrocinar o programa depois de serem questionadas pelo perfil Sleeping Giants Brasil, movimento que luta contra o financiamento do discurso de ódio, nas redes sociais.

MPF quer R$ 10 mi em indenização

A pedido do senador Fabiano Contarato (Rede-ES), que é assumidamente gay, o Ministério Público Federal decidiu ajuizar uma ação civil pública contra Sikêra Jr., da RedeTV.

Na ação que o MPF quer levar adiante, também são pedidos R$ 10 milhões de indenização da RedeTV, emissora que abriga o apresentador, cujo ibope tem oscilado na casa 1,5 ponto em São Paulo (cada ponto vale por cerca de 76 mil residências).

Isso representa metade do que Sikêra atingia um ano atrás.