Aposta em jornalismo na madrugada reflete mudança de hábitos e crise
Por ser menos rentável em matéria de publicidade, o período da madrugada na televisão foi, por muito tempo, deixado em segundo plano. O importante para o mercado anunciante era a faixa horária das 7h à 0h.
Mudanças de hábito ajudaram a alterar este quadro. A concorrência de talks shows no fim de noite, por um lado, esticou a duração da programação noturna. Na outra ponta, Globo e SBT, percebendo que a manhã do espectador estava começando cada vez mais cedo, investiram em telejornais matinais.
Desde agosto de 2018, na emissora carioca, o dia começa às 4h com o "Hora Um", apresentado por Monalisa Perrone. Lançado em dezembro de 2014, o programa originalmente começava às 5h.
No canal de Silvio Santos, desde o final de junho deste ano, o "Primeiro Impacto" também começa às 4h, ainda que a emissora não tenha a estrutura necessária para este esforço. Na Band, com a estreia do "Bora SP" na primeira semana de agosto, o "Café com Jornal" passou a entrar no ar também às 5h.
A Record, cuja madrugada toda é ocupada por horário vendido para a Igreja Universal, viu a sua audiência diminuir na comparação com o principal concorrente, o SBT. Daí a decisão, comunicada esta semana, de antecipar o início do "Balanço Geral Manhã", apresentado por Bruno Peruka, das 6h para as 5h. Para compensar, a programação religiosa começará mais cedo, no fim da noite.
Esta movimentação confirma que o mercado publicitário não ignora os números de audiência da televisão na madrugada. É verdade que os valores dos anúncios são mais baixos e há muito menos procura. Mas, num momento como o atual, de crise econômica, é preciso estar de olho em todas as oportunidades.
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