Topo

Padre da cerimônia fúnebre de Gugu foi o mesmo de seu pai morto há 10 anos

Carol Martins

Colaboração para o UOL, em São Paulo

29/11/2019 16h10

O padre Osmar Alves, 46 anos, não era íntimo da família de Gugu Liberato mas foi o escolhido para realizar a cerimônia religiosa do velório e sepultamento do apresentador, assim como realizou a do pai de Gugu, Augusto Claudino Liberato, vítima de mal de Alzheimer, há exatos 10 anos. "Falei para mim "faz anos e até parece que vão lembrar de mim". Eles poderiam chamar alguém do Brasil todo. Fiquei até surpreso. Alguma coisa para eles deve ter marcado", disse o padre que chegou a realizar cerimônias de parentes de pessoas famosas.

O vigário da Paroquia São José Operário, localizada em Osasco, na grande São Paulo, contou que a mãe de Gugu, dona Maria do Céu, de 90 anos, o procurou nas duas situações. "Isso marcou muito. O sacerdote que ela conhecia estava viajando e uma das funcionárias falou de mim", disse ele sobre a primeira vez.

E foi dona Maria do Céu que mais emocionou o padre durante esses dois dias de luto. "Quando ela levanta da cadeira de rodas no velório para estar perto do filho, abraçar e beijar, aquilo foi... o que falar para uma mãe em uma hora dessas, já que o natural são os pais irem antes dos filhos".

O Padre ainda aconselhou os filhos de Gugu, João Augusto, de 18 anos, e as gêmeas Marina e Sofia, de 15 anos, neste momento tão difícil. "Que cuidassem muito bem da mãe e para que acima de tudo honrassem a memória do pai".

Para a cerimônia do sepultamento o Padre fez questão de preparar algo especial não só para os familiares, parentes e amigos, mas também para a legião de fãs. "Até porque é uma pessoa de conhecimento todo do Brasil. Quis lembrar de todas essas pessoas aqui de fora que não vão poder chegar perto dele e fiz um ritual não para simplesmente seguir um roteiro mas acima de tudo para este amor que muitos demonstram por ele", contou.

O enterro foi marcado por uma multidão com choros, aplausos, homenagens e gritos de apoio a família, no Cemitério Gethsêmani, no jazigo da família. Na opinião do padre, os acontecimentos foram necessários. "É difícil num momento de tristeza você se despedir de alguém que foi sinônimo de alegria pra todos e seria até incompreensível porque o Gugu que falava para multidões e chegar no dia do seu sepultamento e não ter ninguém. Ainda bem que foi permitido a entrada de todos eles. Seria até muito injusto. Pra quem sempre estava do lado do povo, falava pra multidões, chegar num dia tão forte como esse e o povo ter que ficar longe".

A morte de Gugu Liberato foi anunciada pela família na última sexta-feira (22), após o apresentador sofrer um acidente doméstico dois dias antes. De acordo com nota oficial, ele teve uma queda acidental de uma altura de cerca de quatro metros quando tentava fazer um reparo no ar condicionado instalado no sótão de sua casa, em Orlando (EUA). Ele teve morte encefálica.