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Flávio Ricco


TV pecou pela falta de solidariedade em 2015

A lama vazada da barragem de Fundão atingiu 1.430 hectares em regiões das cidades de Mariana, Barra Longa e Rio Doce - Lucas Lacaz Ruiz/Estadão Conteúdo
A lama vazada da barragem de Fundão atingiu 1.430 hectares em regiões das cidades de Mariana, Barra Longa e Rio Doce Imagem: Lucas Lacaz Ruiz/Estadão Conteúdo

Flávio Ricco*

22/12/2015 07h00

Os acontecimentos do ano que está terminando nos levam a verificar que as emissoras de televisão, no geral e naquilo que cabe a elas, já foram muito mais participativas que nos tempos atuais.

Tivemos aí, no começo de novembro, a triste tragédia de Mariana, com as consequências que ainda são vistas diariamente nos noticiários, a exemplo de tantas outras em nosso país, como as mais recentes do Vale do Itajaí, em 2008, ou da região serrana do Rio, há quatro anos.

Como traço comum, vidas que se foram, pessoas desabrigadas ou desaparecidas, entre as tantas tristes decorrências que sempre deixam marcas eternas na memória de cada um.

Se existe algo que não se assemelha entre esses desastres, os de antes e o de agora, foi a indiferença das emissoras em se colocar à frente de qualquer campanha de mobilização que pudesse minimizar o sofrimento das pessoas.

Mesmo não sendo uma obrigação, o que se viu desta vez foi só a preocupação de dar a notícia. A TV, em nenhum momento, utilizou a força que tem nem ao menos para estimular ou tornar possível uma maior colaboração das pessoas.

O que é a vida

Quase às vésperas do Natal também vale recordar passagens que a televisão guarda na história.
Um belo dia, Boni, ainda na Globo, foi alertado por um amigo para acompanhar o trabalho de um jovem apresentador da Bandeirantes.

O apresentador...

A quem este amigo se referia era Rafael Moreno, na oportunidade destacado por todos como outra boa revelação do jornalismo.
Acontece que justamente na noite que o Boni foi assistir, o Rafael estava de folga. William Bonner apresentou em seu lugar e o Boni achando que era ele, gostou e o contratou.

Perfil de sempre

Carmo Dalla Vecchia já mostrou que é um ator com recursos, mas há uma insistência em colocá-lo, pelo menos na TV, sempre vivendo um determinado tipo de personagem. Nas últimas produções, o perfil era praticamente o mesmo.
O cara que ninguém sabe muito bem qual é, se é bom ou ruim, santo ou bandido na novela. Em "Regra da Jogo", por mais que se esforce e porque o papel também não permite, Carmo não está conseguindo ser diferente dos que já interpretou na emissora. Uma pena para o ator.

 

É preciso considerar

Por se tratar de algo absolutamente novo na história da televisão brasileira, é difícil saber se vai funcionar ou não esse negócio da Record com a Casablanca. Ainda mais em se tratando de produção novelas.
Não existem elementos que possam servir de referência para traçar qualquer comparativo. Cautela e caldo de galinha, por enquanto, é a melhor receita.

Por outro lado

Devemos entender que, como não existe mais o RecNov e para todos os efeitos os estúdios que pertenciam à Record no Rio agora são da Casablanca, ela poderá fazer deles o que bem entender.
Inclusive locá-los para outras emissoras, casos de SBT, Band e até a Globo, se for o caso.

Contraste dolorido

Curioso é verificar o aperto de alguns setores contra a bonança e prosperidade de outros.
Mesmo nesses tempos de crise, igrejas como a Universal, além dos espaços na Record, ainda tem inteiramente nas mãos dela redes com a 21, CNT e boa parte da Rede TV!, Band e Gazeta, além de outras menos votadas. A crise por aí, com toda certeza, passa bem longe. Ou só ajuda.

É de bater medo

Em todo este panorama, o que mais mete medo é o que poderá ser da televisão a continuar este estado de coisas.
Será que para elas está reservado o mesmo futuro do rádio, com a grande maioria das suas emissoras transformadas em verdadeiros templos com antena em cima?

Livro do Ronaldo

No embalo de tantos outros, Ronaldo Esper vem aí com um livro, a sua autobiografia.
Seria só mais um se ele mesmo, elevando a importância da sua obra, não entendesse que "quando entra em questão o homossexualismo você estremece as bases".

Cabe a pergunta

Em se tratando de um novo livro de alguém, como é o caso do Ronaldo Esper, hoje ligado a Record e à Igreja Universal, vale perguntar se a editora responsável será a Planeta?
Depois dos volumes de Edir Macedo e Andressa Urach, é bem natural esperar que sim.

Premiada

Joanna de Assis teve um 2015 muito bom. Provavelmente o mais importante da sua carreira profissional.
Participante fixa de "Bem Amigos", do SporTV, ela foi escolhida melhor repórter do ano em canal esportivo na eleição da Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo.
Nunca, até então, uma mulher havia sequer sido indicada. Joanna, que até cantou com Toquinho em uma dos programas o clássico "O Bêbado e a Equilibrista", de Aldir Blanc e João Bosco, anda batendo um bolão.

 

 

Bate - Rebate

* O ator Pedro Carvalho, que gravou "Escrava Mãe" já retornou para Portugal.
* Algumas peças serão repostas na equipe do programa da Xuxa...
* ... Haverá necessidade de cobrir vagas de pessoas que saíram na recente terceirização.
* Clarice Falcão, fora do Porta dos Fundos, agora se volta para novo CD e preparação de uma turnê.
* Telespectador de "Totalmente Demais" pode estar com a impressão que os capítulos da novela estão mais curtos...
* Não é impressão só não. Eles ficaram mesmo. Foi determinado um corte de pelo menos 5 minutos em cada um.
* Programa do Gugu, nas quartas-feiras da Record, terá um formato um pouco diferente daquele deste ano...
* ... A ideia, inclusive, é buscar um maior balanço...
*... Manter o que existia de jornalismo, mas investir mais na linha de shows.
* O programa "Salada Mista", apresentado em todo começo de tarde pelo filho do Ratinho, Rafael Massa e Murilo Bordoni, agora é transmitido para todo Paraná...
* ... A direção é de Marcelo Clemente Szymczak.

C´est fini

Antes do seu pessoal sair de férias ou para folgas do Natal e Ano Novo, a direção da Rede TV! deixou todos muito felizes.
Além do 13º, os salários também foram pagos antecipadamente.

Então é isso. Mas amanhã tem mais. Tchau!

* Colaborou José Carlos Nery
 

Flávio Ricco