Obra da Odebrecht: Jornalistas da Record são presos na Venezuela

Neste sábado, às duas da tarde, horário de Brasília, meio-dia em Caracas, o Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (SEBIN), da Venezuela, prendeu os jornalistas Jesús Urbina e Maria José Túa, da Transparência Venezuela, assim com Leandro Stoliar e Gilson Souza de Oliveira, da Rede Record, que se encontravam fazendo imagens da Puente Pigale, sobre o lago de Maracaibo, no estado Zulia.
A obra está sendo executada pela Odebrecht --empresa acusada de pagar propinas a políticos no Brasil e em outros países--, sob a responsabilidade do Ministério do Poder Popular para Transportes Terrestres e Obras Públicas.
Os quatro jornalistas foram conduzidos para a sede da SEBIN, em Maracaibo, não foram liberados até agora e tiveram os seus equipamentos e celulares apreendidos.
A alegação das autoridades venezuelanas para a prisão é que não havia autorização para a realização do trabalho jornalístico. Atitude típica de países autoritários.
Uma fonte da Record ouvida pela coluna disse que os dois profissionais foram detidos enquanto realizavam uma reportagem investigativa para o "Jornal da Record, que irá denunciar o esquema de corrupção do Banco Nacional de Desenvolvimento e Social (BNDES), envolvendo Brasil, Venezuela e outros países.
A informação nos bastidores da Record é que a situação agora está tranquila, e que a equipe deve ser liberada logo mais. O que não se sabe ainda é se vão deportar os jornalistas ou se vão deixá-los continuar a gravação..
A Record contratou uma advogada, Daniela, que já está na porta do SEBIN, para auxiliar na liberação de seus funcionários, e solicitou ainda o apoio do Itamaraty e da Embaixada do Brasil, na Venezuela.
Em nota, a Abratel (Associação Brasileira de Rádio e Televisão) classificou a medida tomada pelo governo venezuelano como "abominável e digna apenas de regimes ditatoriais que não aceitam o livre exercício da imprensa e temem a verdade."
Nota da Record
A RecordTV informa que os jornalistas Leandro Stoliar e Gilson de Oliveira foram perseguidos e detidos, sem explicação, na cidade de Maracaibo, no estado de Zulia, na Venezuela .
Os jornalistas tiveram seus celulares, equipamentos e pertences pessoais apreendidos por homens que se identificaram como integrantes do SEBIN, Serviço de Inteligência Nacional. Leandro e Gilson estavam acompanhados de representantes da ONG - Transparencia Venezuela, que também foram detidos.
A RecordTV repudia esta atitude violenta e radical que fere a liberdade de imprensa e exige a imediata liberação dos profissionais e a devolução de todo o material apreendido.
A RecordTV acionou o governo brasileiro através do Itamaraty e da Embaixada do Brasil, na Venezuela, para que todos os direitos e a segurança dos profissionais sejam garantidos.
Caso Odebrecht
O Parlamento venezuelano, de maioria opositora, aprovou na semana passada a abertura de uma investigação sobre o suposto pagamento de subornos a funcionários do Estado por parte da construtora brasileira. O acordo foi votado na ausência dos parlamentares chavistas.
A empreiteira admitiu ter pago subornos em diferentes países, entre eles a Venezuela, para obter contratos de obras públicas.
A Venezuela é o segundo país - atrás do Brasil - onde a construtora reconheceu ter pago mais subornos: "98 milhões de dólares por 32 obras, 11 sem concluir, que custaram 11 bilhões de dólares", afirmou a ONG Transparência Venezuela.
*Colaborou José Carlos Nery
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.