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Flávio Ricco


Após 16 anos, TV Gazeta rompe com a Igreja Universal

Reinaldo Canato/UOL
Imagem: Reinaldo Canato/UOL

Colunista do UOL*

29/08/2018 14h30

Lembra que na segunda-feira aqui foi destacado que a Igreja Universal planejava diminuir seus espaços na Rede TV!, TV Gazeta e Canal 21?

Como mais um resultado prático disso, a Fundação Cásper Líbero, mantenedora da TV Gazeta, acaba de soltar comunicado anunciando que deixará de exibir a programação da IURD:

“A Fundação Cásper Líbero informa que A TV Gazeta deixará de exibir programação de cunho religioso produzido pela Igreja Universal do Reino de Deus, a partir do próximo dia 15 de setembro. Após 16 anos de relação contratual, a Universal propôs reduzir seu tempo de exposição na grade da nossa emissora com diminuição desproporcional dos valores negociados, o que não foi aceito. Nesta transição, a TV Gazeta ocupará os horários disponibilizados com conteúdo próprio e seu projeto vencedor de varejo, o Gazeta Shopping, Motors e Imóveis”. 

À coluna, a Universal declarou que “não está diminuindo, e sim redistribuindo investimentos de TV em melhores canais e horários”. Porém, é sabido que essa ordem de limitar investimentos atingirá todas as TVs. As notificações inclusive já foram distribuídas.

Dentre as razões, a crise econômica geral e o consequente enfraquecimento financeiro de uma boa maioria das igrejas neopentecostais, que já não consideradas ameaças para a Universal.

Além disso, no mercado se trabalha com a informação que cerca de R$ 500 milhões/ano são gastos para o pagamento desses horários, assim como são conhecidos os problemas financeiros enfrentados por aquelas que seriam suas concorrentes na ocupação desses espaços.

Não bastasse isso, hoje, praticamente todas as igrejas, inclusive a católica, já têm os seus próprios canais, além de rádios, sites e demais aplicativos. A cada dia o “aluguel” de horários, entendem setores da IURD, torna-se menos necessário.

Resta saber agora como ficará a situação da Rede TV! e de outras emissoras diante desse cenário. Algumas delas só "existem" por causa do dinheiro da IURD, casos da CNT e Canal 21.

*Colaborou José Carlos Nery

Flávio Ricco