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Flávio Ricco


Record demite repórter especial Rodrigo Vianna

Rodrigo Vianna se despediu dos colegas de Record nesta sexta-feira  - Reprodução
Rodrigo Vianna se despediu dos colegas de Record nesta sexta-feira Imagem: Reprodução

Colunista do UOL

17/04/2020 15h44

Resumo da notícia

  • Profissional, ex-Globo, trabalhava na emissora desde 2007
  • Nos bastidores, fala-se que o motivo foi o alto salário do jornalista
  • CNN Brasil pode ser o próximo destino de Vianna

Um dos principais repórteres da Record TV, Rodrigo Vianna foi demitido nesta sexta-feira pela emissora. Internamente, fala-se que o profissional tinha um salário muito alto e que esse fato provocou a decisão.

Ele trabalhava na emissora desde 2007, vindo da Rede Globo, quando o canal passou a fazer grandes contratações.

Rodrigo se despediu dos colegas de Record, em São Paulo, na tarde desta sexta-feira.

Formado em Jornalismo na pela Faculdade Cásper Líbero e em História pela USP (Universidade de São Paulo), Vianna trabalhou no jornal "Folha de São Paulo" entre 1990 e 1992, atuando como redator e editor assistente, no Caderno de Imóveis e Caderno de Cidades.
Já entre 1992 e 1995 foi repórter do Jornal 60 Minutos e apresentador do programa "Opinião Nacional", ambos na TV Cultura-SP.

Em seguida foi repórter na Globo (Jornal Nacional e Globo Repórter) por 11 anos, entre 1995 e 2006, e desde 2007 atuava como repórter especial do "Jornal da Record", emissora pela qual também apresentou um programa de entrevistas na Record News.

A Comunicação da Record consultada, preferiu não falar sobre o assunto.

Em tempo: não será nenhuma surpresa se Vianna surgir brevemente na CNN Brasil.

Repórter faz desabafo: "mais leve e feliz"

Após a coluna revelar sua saída da Record, Rodrigo Vianna postou um desabafo em rede social:

"Fui demitido hoje da TV Record, onde trabalhei por 13 anos. Foi um período rico, especialmente entre 2007 e 2016: matérias especiais, 2 Olimpíadas, 2 Copas do Mundo, prêmios importantes (Vladimir Herzog e Embratel, entre outros) e coberturas emocionantes.

Fiz amigos do peito e aprendi muito. Com câmeras, editores, produtores, chefes e com colegas repórteres. Gosto de fazer TV, amo jornalismo, estou há quase 30 anos nesse ofício. Mas amo mais ainda a verdade. Na fase final na Record (2016/2020), aprendi a ter paciência e resiliência quando o ar ficou irrespirável.

Sempre compreendi os limites do trabalho na mídia corporativa, sem confundir meus interesses e opiniões com os do eventual patrão. Procurei também traçar um limite: não mentir, não brigar com os fatos, não embarcar em narrativas grotescas.

Acreditem: há espaço para trabalhar de forma correta na mídia comercial, desde que se tenha consciência desses limites, e alguma capacidade de dizer "não" quando necessário (há muitos bons exemplos por aí, de profissionais sérios, nos jornais/revistas/tvs/rádios).

Nos últimos tempos, procurava me guiar pelo ensinamento de um velho repórter: "ao inimigo não se pede nada, nem demissão". A quem interessar possa: o motivo alegado para meu desligamento foi "reestruturação". Sou agora um jornalista reestruturado. E um cidadão mais leve e feliz."

*Colaborou José Carlos Nery

Flávio Ricco